O impulso de cozinhar em casa: por que as ações dos supermercados podem se beneficiar das dificuldades dos restaurantes.

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Aimee Silverwood | Financial Analyst

Publicado em 31 de outubro de 2025

Resumo

  1. Varejo alimentar captura gastos redirecionados por cozinhar em casa, elevando demanda por ações de supermercados.
  2. Redes com escala, programas de fidelidade e preço convertem demanda; oportunidade de investir em ações de supermercados durante crise.
  3. Produtores de alimentos e distribuição de alimentos ganham volume, favorecendo empresas orientadas ao varejo e ações defensivas alimentos.
  4. Riscos: retorno dos restaurantes, competição e inflação podem reduzir ganhos; selecionar melhores ações de alimentos é crucial.

por que o varejo alimentar ganha com o impulso de cozinhar em casa

Os últimos resultados fracos de cadeias de restaurantes casuais deixaram um sinal claro: consumidores estão realocando gastos de refeições fora para preparo em casa. Vamos aos fatos: quando famílias cortam visitas a restaurantes, parte desse dinheiro não some. Isso significa que ele é redirecionado, em grande medida, para supermercados, produtores e distribuidores focados no canal varejo.

O impulso de cozinhar em casa: por que as ações dos supermercados podem se beneficiar das dificuldades dos restaurantes.

A questão que surge é simples. Quem ganha com esse deslocamento? Varejistas de supermercado com larga oferta, escala logística e programas de fidelidade estão bem posicionados. Nos Estados Unidos, a Kroger exemplifica esse perfil: ampla variedade de categorias, capacidade de oferecer ingredientes frescos e embalados, e iniciativas digitais que aumentam a frequência de compra. No Brasil, redes como Carrefour Brasil e Pão de Açúcar/Assaí exibem características semelhantes e tendem a capturar esse aumento de demanda.

Modelos de desconto também surfam a onda. Grocery Outlet, por exemplo, prospera atraindo consumidores sensíveis a preço. Em momentos de aperto no orçamento, famílias que antes comiam fora buscam opções mais baratas no supermercado. Isso favorece lojas de valor e redes com sortimento enxuto e foco em custo-benefício.

Ao mesmo tempo, há um movimento de maior seletividade. Consumidores que cozinham em casa muitas vezes procuram qualidade nutricional e ingredientes diferenciados. Essa tendência beneficia o segmento de alimentos naturais e orgânicos, em que redes como Sprouts se destacam. No Brasil, a crescente oferta de marcas saudáveis em gôndolas e operações especializadas responde a essa demanda por melhor qualidade.

Produtores de alimentos embalados e distribuidores orientados ao varejo também ganham. Empresas como General Mills tendem a ver um aumento de volumes vendidos pelo canal supermercadista em comparação ao foodservice. Distribuidoras que conseguem realocar volumes para pontos de venda ao consumidor final — mesmo mantendo alguma exposição a restaurantes, como a Sysco — podem captar ganhos com maior movimentação de produtos.

Isso tudo desenha um tema de investimento com caráter defensivo. Alimentos e itens básicos de consumo costumam apresentar proteção relativa em períodos de incerteza econômica. Mas atenção: os benefícios não são uniformes. Empresas fortemente expostas ao foodservice sofrerão mais; operadores de varejo precisam executar bem preço, sortimento e experiência para converter demanda em vendas sustentáveis.

Quais são os riscos? Um retorno mais rápido do setor de restaurantes reduziria parte do fluxo para o varejo. Além disso, competição feroz, rupturas na cadeia de suprimentos e pressões inflacionárias podem corroer margens. Isso significa que a seleção de empresas importa tanto quanto a tese macro.

E para investidores brasileiros, um ponto prático sobre acesso a ações estrangeiras. Plataformas internacionais podem oferecer ações fracionárias, que permitem comprar frações de papéis caros. Isso facilita a exposição a nomes como Kroger ou General Mills com quantias menores. Contudo, verifique a regulamentação: corretoras estrangeiras não registradas no Brasil têm regras distintas e não oferecem o mesmo nível de proteção que corretoras locais. Não é recomendação de investimento, apenas uma orientação operacional.

Em suma, a mudança de hábitos — cozinhar em casa com mais frequência — favorece um conjunto de empresas do varejo alimentar, de descontos e de alimentos naturais, além de produtores e distribuidores orientados ao varejo. Para investidores que buscam temas defensivos, esse deslocamento merece atenção, sempre ponderando riscos e executando análise de empresas individualmente. Este texto não constitui aconselhamento personalizado e os mercados podem evoluir de maneira diferente das expectativas aqui descritas.

Análise Detalhada

Mercado e Oportunidades

  • O redirecionamento dos gastos com refeições fora para compras no supermercado aumenta volumes e frequência de compra no varejo alimentar.
  • Canais de desconto e lojas de baixo custo ganham participação quando consumidores procuram economizar, favorecendo redes com modelo de preço reduzido.
  • O segmento de alimentos naturais e orgânicos se beneficia do aumento da seletividade dos consumidores que cozinham em casa e buscam maior qualidade nutricional.
  • Produtores voltados ao varejo (marcas de consumo embalado) e distribuidores ganham com maior venda por unidade via supermercados em comparação ao canal foodservice.
  • O caráter defensivo do consumo de alimentos pode atrair investidores em períodos de incerteza macroeconômica, buscando proteção contra perdas.

Empresas-Chave

  • [Kroger Co. (KR)]: Uma das maiores redes de supermercados dos EUA, bem posicionada para capturar o aumento das compras para preparo de refeições em casa graças à ampla oferta de categorias, escala logística e programas de fidelidade.
  • [Grocery Outlet Holding Corp. (GO)]: Varejista de desconto com modelo focado em consumidores sensíveis a preço; tende a ganhar participação de mercado quando famílias reduzem gastos com restaurantes e buscam opções de baixo custo.
  • [Sprouts Farmers Market (SFM)]: Rede focada em produtos naturais e orgânicos; beneficia-se da crescente demanda por ingredientes de maior qualidade por consumidores preocupados com saúde e que cozinham em casa.
  • [General Mills (GIS)]: Produtor global de alimentos embalados com portfólio orientado ao varejo; tende a se beneficiar do aumento de vendas em supermercados em relação ao canal foodservice.
  • [Sysco Corporation (SYY)]: Distribuidora de alimentos que atende foodservice e varejo; pode aproveitar o aumento de volumes no varejo, embora mantenha exposição ao segmento de restaurantes.

Riscos Principais

  • Recuperação mais rápida que a esperada do setor de restaurantes, que reverteria parte do fluxo de gastos de volta para refeições fora.
  • Concorrência acirrada no varejo alimentar; o sucesso depende da execução em preço, sortimento e experiência do cliente.
  • Riscos na cadeia de suprimentos e logística que podem elevar custos ou causar rupturas, afetando produtores e distribuidores.
  • Benefícios desiguais entre empresas: negócios com alta exposição ao foodservice podem sofrer, enquanto aqueles focados no varejo se fortalecem.
  • Pressões inflacionárias e variação cambial que podem alterar o comportamento do consumidor e as margens das empresas.

Catalisadores de Crescimento

  • A elevação do custo de refeições fora incentiva consumidores a cozinhar mais em casa.
  • Maior preocupação com saúde e qualidade dos ingredientes favorece categorias naturais e orgânicas.
  • Mudanças comportamentais aceleradas pela pandemia que persistem, especialmente entre consumidores mais jovens.
  • Apoio de tecnologia — serviços de meal kits, aplicativos de receitas e plataformas digitais — que tornam cozinhar em casa mais acessível.
  • Maior acessibilidade aos mercados via plataformas com ações fracionárias e corretoras sem comissão, aumentando o interesse dos investidores em temas defensivos.

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Perguntas frequentes

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