Deteção precoce de Alzheimer: os exames de sangue poderiam substituir os exames de imagem?

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Aimee Silverwood | Financial Analyst

Publicado em 14 de outubro de 2025

Resumo

  1. Elecsys pTau181 (Roche Eli Lilly) amplia detecção precoce Alzheimer com teste de sangue Alzheimer na atenção primária.
  2. Mercado: acessibilidade substitui PET por exame de sangue Alzheimer, ampliando oportunidades para investidores em diagnóstico.
  3. No Brasil, aprovação FDA estimula busca por ANVISA, reembolso e teste de sangue para Alzheimer no Brasil.
  4. Riscos: validação do pTau181 teste em populações brasileiras, falsos positivos e dependência de terapias caras.

Uma mudança de paradigma no rastreio do Alzheimer

A recente aprovação pelo FDA do primeiro teste sanguíneo para Alzheimer, o Elecsys pTau181 — desenvolvido por Roche em parceria com Eli Lilly — mudou o mapa da detecção precoce da doença. Vamos aos fatos: um exame de sangue que detecta biomarcadores associados ao Alzheimer torna viável oferecer rastreio em consultas de atenção primária. Isso significa potencialmente milhões de pacientes a mais identificados em estágios iniciais, sem a necessidade imediata de PET caros ou de punções lombares invasivas.

Por que isso importa para investidores e para o sistema de saúde brasileiro? Porque a acessibilidade altera o mercado endereçável. Até agora, diagnósticos confirmatórios dependiam de PET, equipamento caro e de baixa capilaridade, ou de punções lombares, procedimento que muitos pacientes rejeitam. O Elecsys pTau181 reduz essas barreiras e cria demanda por serviços de diagnóstico, laboratórios clínicos e por integração entre diagnóstico e tratamento — um ambiente em que empresas como Roche (RHHBY) e Eli Lilly (LLY) têm vantagem estratégica.

O que muda na prática

Com testes de sangue, a atenção primária pode cumprir papel de triagem. Médicos de família e clínicas municipais poderiam solicitar o pTau181 em pacientes com queixas cognitivas iniciais, encaminhando apenas os casos suspeitos para exames complementares e consultas especializadas. No Brasil, isso tem implicações diretas para o SUS e para a rede privada: redução de fila por exames de imagem, menor custo por diagnóstico e maior capilaridade do rastreio.

A questão que surge é: como converter validação pelo FDA em disponibilidade no Brasil? A aprovação nos EUA é precedência importante, mas não automática. Será necessário processo regulatório junto à ANVISA, que pode demandar estudos locais, validação de sensibilidade e especificidade em populações brasileiras e negociações sobre reembolso. A adoção dependerá ainda de diretrizes clínicas e de incentivos dos planos de saúde.

Oportunidades de mercado

A adoção ampla do exame ampliaria o universo elegível para terapias e para ensaios clínicos, acelerando recrutamento e reduzindo custos de triagem. Empresas integradas verticalmente, que atuam tanto em diagnóstico quanto em terapêutica, capturam valor adicional. Além de Roche e Eli Lilly, players como Biogen (BIIB) e pequenas biotechs — por exemplo Cassava Sciences (SAVA) — podem se beneficiar indiretamente pelo aumento do número de pacientes detectados.

Há também efeitos secundários favoráveis: redução da dependência de PET tende a aliviar orçamentos hospitalares e a permitir reorientação de recursos para atendimento e investigação. Laboratórios locais, clínicas privadas e redes de diagnóstico nacionais podem crescer com demanda por equipamentos analíticos e serviços correlatos.

Riscos e limitações

Mas não se trata de uma solução segura e imediata. Existem riscos regulatórios: aprovação e reembolso podem demorar em mercados fora dos EUA. Existem riscos clínicos: o teste precisa manter sensibilidade e especificidade em populações diversas; falsos positivos e negativos podem gerar custos e ansiedade. E existem riscos de mercado: se terapias promissoras falharem ou se forem proibitivamente caras, o efeito comercial do aumento de diagnósticos será limitado.

A adoção também pode ser lenta. Médicos de atenção primária precisam de capacitação, fluxos de encaminhamento e incentivos para incorporar o teste. Concorrência aumentará a partir de outros testes de biomarcadores, reduzindo margens e vantagem de primeiro movimento.

Caminhos para o investidor

O catalisador imediato foi a validação regulatória pelo FDA. Para o Brasil, observe sinais de movimento da ANVISA, parcerias entre fabricantes e redes de saúde locais, e decisões sobre reembolso por planos privados e pelo SUS. Quer investir no tema? Avalie empresas com exposição integrada a diagnóstico e terapêutica, mas lembre-se: a oportunidade vem acompanhada de riscos substanciais.

Para um panorama mais detalhado sobre as implicações clínicas e de mercado, leia este texto: Deteção precoce de Alzheimer: os exames de sangue poderiam substituir os exames de imagem?.

Declaração de risco: este artigo tem caráter informativo e não constitui recomendação de investimento ou aconselhamento médico. Estudos adicionais e opinião de especialistas são recomendáveis antes de decisões financeiras ou clínicas.

Análise Detalhada

Mercado e Oportunidades

  • Expansão do rastreio para atenção primária: maior número de pacientes identificados em estágios iniciais aumenta o mercado endereçável.
  • Crescimento da demanda por serviços de diagnóstico, laboratórios e infraestrutura analítica em clínicas e redes privadas.
  • Maior recrutamento para ensaios clínicos de terapias para Alzheimer, acelerando desenvolvimento e validação de tratamentos.
  • Redução dos custos relativos a PET e procedimentos invasivos pode estimular políticas públicas e planos de saúde a adotarem o teste.
  • Potencial aplicação em outros distúrbios neurodegenerativos, levando a uma linha ampliada de biomarcadores e testes complementares.

Empresas-Chave

  • [Roche (RHHBY)]: Multinacional suíça líder em diagnóstico e biotecnologia; desenvolveu o teste Elecsys pTau181 e possui forte presença em diagnósticos laboratoriais; capacidade comercial e recursos para adoção em larga escala.
  • [Eli Lilly (LLY)]: Laboratório farmacêutico americano envolvido no desenvolvimento do Elecsys pTau181 e em programas terapêuticos para Alzheimer; vantagem estratégica por integrar diagnóstico e desenvolvimento de tratamentos.
  • [Biogen (BIIB)]: Empresa focada em tratamentos neurológicos; potencial beneficiária do aumento de diagnósticos precoces que ampliam a população elegível para terapias direcionadas.
  • [Cassava Sciences (SAVA)]: Empresa de biotecnologia com programas de desenvolvimento para Alzheimer; exposição a avanços em identificação precoce pode aumentar a viabilidade comercial de suas terapias em desenvolvimento.

Riscos Principais

  • Incerteza sobre eficácia e disponibilidade de terapias efetivas para Alzheimer, mesmo com diagnóstico precoce.
  • Risco regulatório para aprovação e reembolso em mercados fora dos EUA (por ex. ANVISA no Brasil), que pode atrasar adoção local.
  • Possibilidade de sensibilidade/especificidade limitada do teste em populações diversas, gerando falsos positivos/negativos.
  • Adoção lenta por médicos de atenção primária e sistemas públicos, devido à necessidade de capacitação, fluxos de encaminhamento e incentivos.
  • Concorrência crescente e erosão da vantagem de primeiro movimento à medida que múltiplos players lancem testes similares.

Catalisadores de Crescimento

  • Validação regulatória inicial pelo FDA como precedente para aprovações em outras jurisdições.
  • Parcerias comerciais entre empresas de diagnóstico e redes de saúde ou planos de saúde para implementação em atenção primária.
  • Políticas de reembolso favoráveis e inclusão em diretrizes clínicas que incentivem rastreio precoce.
  • Aumento da conscientização pública e campanhas de triagem que incentivem testes preventivos em idosos.
  • Melhorias tecnológicas e redução de custo por teste, aumentando a viabilidade em larga escala.

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