A tese de investimento
A realocação da cadeia de suprimentos para fora da China já vinha em curso após a pandemia. As novas barreiras comerciais aceleraram esse movimento. Quem beneficiará? Empresas com pegada de manufatura diversificada e infraestrutura associada: semicondutores, fabricantes de memória, montadoras de dispositivos, logística e fornecedores de equipamentos industriais.
Considere a TSMC. A maior foundry do mundo está investindo cerca de US$40 bilhões em expansão no Arizona, aproximadamente R$200 bilhões em conversão direta. Essa aposta a posiciona como fornecedora preferencial para empresas ocidentais que exigem cadeias de suprimento mais seguras. Micron, por sua vez, tem reduzido exposição na China e ampliado operações em lugares como Singapura, Japão e Estados Unidos, o que pode traduzir-se em maior prêmio por segurança de fornecimento para clientes corporativos.
E as montadoras de dispositivos? Empresas como a Dell anteciparam parte desse movimento, deslocando montagem para Vietnã e Malásia. Quem chegou antes tem vantagem operacional e menores custos de transição quando novos choques ocorrem.