Como investir com menos riscos
Investir diretamente em players brasileiros pode parecer atraente, mas traz volatilidade cambial, menor liquidez e maior sensibilidade a mudanças regulatórias locais. Uma alternativa mais cautelosa é comprar ações de grupos listados nos EUA e na UE que têm presença operacional consolidada no Brasil. Isso tende a oferecer fluxo de caixa mais previsível, supervisão regulatória mais rigorosa e acesso facilitado à liquidez internacional.
Por que isso importa? Empresas como IQVIA têm receitas recorrentes por serviços de gestão de ensaios; ICON aporta expertise regulatória que ajuda a reduzir atrasos; Medpace atende biotechs que terceirizam operações, criando contratos de médio prazo. Essas características transformam demanda por ensaios clínicos em receitas menos sazonais do que contratos pontuais.
Vamos aos riscos. Mudanças nas regras da ANVISA, realocação de verbas de P&D pelas farmacêuticas, flutuação do real e atrasos no recrutamento de pacientes podem reduzir a atividade local e afetar resultados de fornecedores. Além disso, problemas operacionais — falhas na cadeia fria ou em qualidade de dados — trazem impacto direto em receitas. Investir em empresas globais mitiga parte desse risco, mas não o elimina por completo.