A saída da Costa Coffee: uma oportunidade que se prepara para a concorrência

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Aimee Silverwood | Financial Analyst

Publicado em 24 de agosto de 2025

Resumo

  1. Venda Costa Coffee cria oportunidades mercado de café para compradores com capital e escala.
  2. Coca‑Cola desinvestimento permite realocar capital para RTD, B2B e foco no varejo de cafés conveniência.
  3. Expansão Starbucks e McCafé McDonald's podem aproveitar pontos estratégicos e contratos de franquia.
  4. Fornecedores e fabricantes enfrentam impacto da venda da Costa e oportunidades de investimento após desinvestida da Costa.

A saída da Costa Coffee: uma oportunidade que se prepara para a concorrência

A possível venda da Costa Coffee pela Coca Cola reacende um debate central para investidores e operadores do mercado de alimentos e bebidas. Em 2019 a Coca Cola pagou £3,9 bilhões pela rede. Convertendo com uma taxa hipotética de £1 = R$6,60, o valor equivale a cerca de R$25,7 bilhões. Isso significa capital e esforço gerencial significativos direcionados para um negócio fora do core da companhia.

O que está em jogo

Vamos aos fatos. A Costa é a segunda maior cadeia de cafés do mundo, com mais de 2.700 lojas em 32 países. Colocar milhares de pontos comerciais e uma base de clientes fidelizados à venda cria um campo fértil para concorrentes bem capitalizados. Starbucks, por exemplo, tem escala, marca e capacidade financeira para aproveitar locais estratégicos e contratos de franquia. McCafé, a unidade de cafés do McDonald s, tem outra vantagem: conveniência. Com uma extensa rede de restaurantes e drive‑thrus, pode captar consumidores que priorizam preço e rapidez.

A questão que surge é: quem vai gastar capital para transformar esses pontos em vantagem competitiva? Concorrentes globais bem estruturados podem acelerar expansão internacional simplesmente absorvendo unidades ou contratos de franquia. No Brasil, players locais como o Grupo 3 Corações e redes regionais de cafeterias também devem ficar atentos. Para eles, a oportunidade não é apenas comprar lojas. É ampliar parcerias de fornecimento, negociar logística e explorar canais de food service.

Impacto sobre fornecedores e cadeia

Fornecedores de grãos, fabricantes de máquinas e empresas de cápsulas e logística podem se ver diante de uma redistribuição de contratos. A mudança abre espaço para renegociações e novas relações comerciais. Fabricantes de equipamentos podem conquistar volumes maiores se um adquirente padronizar processos ou investir em modernização. Isso gera receita adicional, mas também exige capacidade de escala e flexibilidade na cadeia.

Riscos e desafios estruturais

A operação não é simples. Aluguéis comerciais em centros urbanos seguem pressionados. Custos trabalhistas e a migração do consumo para delivery e formatos de conveniência afetam o tráfego nas lojas físicas. Além disso, integração operacional é um desafio para qualquer comprador: padronizar cardápios, treinar equipes e manter a experiência da marca em múltiplas jurisdições demanda tempo e capital.

Há ainda risco regulatório. Uma aquisição que altere significativamente a concorrência pode atrair escrutínio de autoridades antitruste, com imposição de desinvestimentos ou condições. E se a venda refletir problemas intrínsecos ao modelo da Costa? Isso reduziria o interesse e pressionaria o preço.

O que a Coca Cola pode ganhar

Para a Coca Cola, o desinvestimento seria uma forma de realocar capital e foco para seu core: bebidas prontas para consumo e canais RTD. Dinheiro e gestão liberados poderiam reforçar distribuição, inovação em produtos e parcerias B2B. Em vez de operar uma cadeia de varejo global, a empresa pode apostar em vendas em supermercados, vending machines e nas cápsulas de café, onde sua vantagem logística prevalece.

Chamadas para ação

Investidores: monitorem potenciais compradores, valuation e riscos de integração. Franqueados e gestores locais: reavaliem contratos e preparem cenários operacionais. Fornecedores brasileiros: preparem propostas competitivas para aproveitar realocação de contratos. Reguladores e autoridades de defesa da concorrência: acompanhem para mitigar impactos de concentração.

A venda da Costa pode redesenhar o mapa do varejo de cafés. Quem tiver capital, escala operacional e visão estratégica pode transformar essa movimentação em ganho de participação. Mas lembre‑se: oportunidades vêm acompanhadas de riscos. Nada é certo; cada movimento exigirá diligência e gestão ativa do risco.

Análise Detalhada

Mercado e Oportunidades

  • A Coca‑Cola pagou £3,9 bilhões pela Costa em 2019; uma venda poderia devolver capital e foco à sua operação principal de bebidas.
  • A Costa é a segunda maior cadeia de cafés do mundo, com mais de 2.700 lojas em 32 países; a disponibilidade desses pontos é uma oportunidade estratégica para concorrentes.
  • O mercado de cafés especiais está registrando crescimento de dois dígitos em várias regiões, favorecendo cadeias que oferecem produtos premium.
  • A venda pode liberar locais comerciais premium e uma base de clientes fidelizados, além de permitir a realocação de contratos na cadeia de suprimentos (fornecedores de grãos, equipamentos, cápsulas, logística).
  • Concorrentes bem capitalizados podem acelerar expansão internacional ao absorver unidades Costa ou contratos de franquia.

Empresas-Chave

  • Starbucks Corporation (SBUX): Líder global em cafés com extensa infraestrutura de lojas, marca forte e capacidade financeira para adquirir locais e clientes deslocados pela possível venda da Costa; pode usar aquisições para consolidar presença em mercados-chave.
  • McDonald's Corporation (MCD): Operador global de food service com a marca McCafé integrada à sua rede de restaurantes e drive‑thrus; bem posicionado para atrair consumidores que priorizam conveniência e preço, especialmente no segmento de deslocamento diário e refeições rápidas.
  • The Coca‑Cola Company (KO): Possível vendedora; ao desinvestir na operação de varejo de cafés, poderia realocar capital e foco para seu core business de bebidas prontas, distribuição e expansão de produtos de café pronto para consumo.

Riscos Principais

  • Pressões macroeconômicas no varejo, como aumento de aluguéis comerciais e custos trabalhistas, que reduzem margens operacionais.
  • Mudança estrutural no comportamento do consumidor em direção à conveniência e ao delivery, afetando o tráfego em lojas físicas tradicionais.
  • Integração operacional complexa para qualquer adquirente: padronização, gestão de pessoal e manutenção da experiência de marca em diferentes regiões.
  • Possível intervenção regulatória em casos de consolidação significativa, limitando aquisições ou impondo exigências de desinvestimento.
  • A venda pode refletir problemas próprios da marca ou do modelo de varejo, reduzindo o interesse de compradores e pressionando o preço de transação.

Catalisadores de Crescimento

  • Aquisição de unidades ou contratos por concorrentes pode acelerar sua expansão física e participação de mercado.
  • A realocação de contratos de fornecimento pode gerar novas oportunidades para fornecedores e fabricantes de equipamentos em mercados locais.
  • Mudança estratégica da Coca‑Cola para focar em bebidas prontas para consumo e canais de distribuição pode fortalecer segmentos B2B e RTD (ready‑to‑drink).
  • Ajustes no mix de oferta dos concorrentes (foco em conveniência, canais drive‑thru e delivery) podem capturar clientes deslocados pela desestruturação da Costa.

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Perguntas frequentes

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