Riscos que o investidor não pode ignorar
Aplicar múltiplos de infraestrutura indiscriminadamente pode inflar preços e criar uma bolha setorial. A competição entre fundos por ativos considerados “essenciais” tende a elevar os preços de aquisição e a reduzir retornos futuros. Há risco de execução em M&A: ofertas podem não se concretizar, deixando acionistas públicos expostos.
No Brasil, a supervisão e o escrutínio regulatório podem alterar o desfecho de transações. CVM e CADE atuam quando há risco de concentração ou questões estratégicas envolvendo controle estrangeiro. Autoridades podem impor condições, bloquear negócios ou direcionar a venda para preservação de interesses nacionais. Esse fator adiciona incerteza ao prêmio que investidores esperam receber.
Além disso, não podemos subestimar a disrupção tecnológica. Novos concorrentes, digitalização de canais e alternativas de produto podem corroer margens consideradas estáveis. E há sempre o fator ciclo econômico: demanda industrial recua em recessões, reduzindo o aparente caráter defensivo de certas receitas.