O jogo de poder por procuração: a governança corporativa ganha destaque

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Aimee Silverwood | Financial Analyst

Publicado em 20 de outubro de 2025

Resumo

  1. Investir em empresas de consultoria de governança com receitas recorrentes e vantagem tecnológica.
  2. Proxy advisory influencia votações, afetando remuneração executiva e composição do conselho de administração.
  3. Crescimento institucional e regras da CVM ampliam demanda por assessoria em governança e voto por procuração.
  4. Riscos incluem concentração, conflito de interesse e impacto do ESG nas votações de acionistas.

O jogo de poder por procuração: por que consultorias de proxy advisory viram oportunidade de investimento

As votações corporativas deixaram de ser mera formalidade. Tornaram-se campos de batalha onde decisões sobre remuneração executiva, composição do conselho e propostas de acionistas são definidas com impacto direto no valor das empresas. Vamos aos fatos: firmas de proxy advisory — consultorias que orientam votos por procuração — ganharam influência decisiva nesse cenário. Isso significa uma oportunidade estrutural de investimento em empresas que prestam esses serviços.

O que fazem, afinal, as consultorias proxy advisory? Em termos simples, elas analisam propostas submetidas a assembleias e recomendam aos clientes institucionais como votar. No Brasil, os principais clientes são fundos de pensão, gestores de recursos e fundos internacionais que detêm grande fatia do capital votante. Esses relatórios incidem sobre temas sensíveis: planos de remuneração, eleição de conselheiros, operações com partes relacionadas e questões ESG. A influência é evidente quando recomendações coincidirem com resultados de votações relevantes.

Por que isso se traduz em tese de investimento? Primeiro, o modelo de negócio. Muitas firmas trabalham com assinaturas que garantem receita recorrente e visibilidade sobre o pipeline de clientes. Assinaturas reduzem churn e criam barreiras de entrada: não basta produzir análise pontual, é preciso manter bases de dados, atualizações regulatórias e relacionamentos institucionais. Pense nisso como um software B2B combinado com consultoria especializada.

Segundo, o contexto macro. A participação institucional nas ações brasileiras cresceu nas últimas décadas. Com ela vem maior ativismo acionário e demanda por opinião técnica sobre votações complexas. Ao mesmo tempo, mudanças regulatórias da CVM e exigências de divulgação, incluindo métricas ESG, ampliam o escopo e a complexidade das análises necessárias. Mais regras, mais trabalho técnico, mais dependência de fornecedores especializados.

Terceiro, tecnologia e expertise regulatória. Empresas que investem em bases de dados proprietárias, machine learning e ferramentas analíticas criam vantagens competitivas sustentáveis. Algoritmos que identificam padrões de votação, modelos preditivos de risco de governança e plataformas que integram dados globais valem mais do que relatórios avulsos. A tecnologia funciona como muro defensivo contra novos entrantes.

Quem lidera esse mercado globalmente? Nomes como FTI Consulting (FTI), ICF International (ICFI) e HURON Consulting (HURN) já consolidados oferecem combinação de alcance internacional, serviços de comunicação com investidores e expertise em disputas e reestruturação de conselhos. No Brasil, players locais e internacionais procuram replicar essas ofertas adaptadas às normas da CVM e às práticas dos fundos de pensão.

E os riscos? Por mais atraente que seja a narrativa, existem fragilidades. A concentração de influência em poucas firmas pode gerar conflitos de interesse e groupthink nas recomendações. O escrutínio regulatório pode aumentar custos operacionais ou impor limites comerciais. Além disso, grandes investidores podem internalizar capacidade analítica, reduzindo a demanda por consultoria externa. Recessões afetam volumes de operações corporativas e, consequentemente, receitas.

A questão que surge é: vale agregar essas empresas a uma carteira temática? Para investidores qualificados, a exposição a firmas com receitas recorrentes, alta fidelização e investimento em tecnologia pode fazer sentido como parte de uma estratégia de longo prazo sobre governança. Contudo, não há garantias. Todo investimento envolve risco e o desempenho futuro dependerá de fatores regulatórios, reputacionais e macroeconômicos.

Se preferir aprofundar leitura, confira também o meu texto O jogo de poder por procuração: a governança corporativa ganha destaque. Este artigo foi elaborado para informar e não constitui recomendação personalizada. Avalie risco, diversifique e consulte um assessor antes de tomar decisões.

Análise Detalhada

Mercado e Oportunidades

  • Crescimento da propriedade institucional que concentra poder de voto e aumenta a demanda por análises especializadas de governança.
  • Expansão de requisitos regulatórios e de divulgação (executivo, ESG, diversidade) que elevam a complexidade e a necessidade de consultoria externa.
  • Modelo de assinaturas com elevadas barreiras de entrada e baixos índices de rotatividade proporciona receitas recorrentes previsíveis.
  • Globalização dos mercados exige expertise em múltiplas jurisdições, beneficiando firmas com alcance internacional.
  • Adoção de ferramentas de análise baseadas em dados e IA pode ampliar eficiência e criar diferenciais competitivos duradouros.

Empresas-Chave

  • [FTI Consulting Inc (FTI)]: Consultoria global que oferece análises sofisticadas em governança corporativa, comunicação com investidores e resolução de disputas; posicionada como provedora de serviços para investidores institucionais e companhias que enfrentam votações complexas. Modelo de receita focado em projetos especializados e serviços profissionais.
  • [ICF International Inc (ICFI)]: Empresa de consultoria estratégica que auxilia organizações a aprimorar práticas de governança e a comunicar-se com stakeholders, com ofertas valiosas em situações de ativismo acionário e campanhas proxy. Atua com serviços integrados de conformidade e comunicação.
  • [HURON Consulting Group Inc (HURN)]: Especializada em consultoria organizacional, busca executiva e práticas de governança; atua fornecendo suporte para reconstrução de conselhos e sucessão de liderança alinhada a padrões modernos de governança. Modelo centrado em consultoria de transformação e assessoramento executivo.

Riscos Principais

  • Concentração de poder em poucas firmas pode gerar riscos de conflito de interesse e groupthink nas recomendações.
  • Aumento do escrutínio regulatório sobre a indústria de proxy advisory pode levar a custos operacionais adicionais e restrições comerciais.
  • Recessões e choques macroeconômicos podem reduzir o volume de serviços corporativos, embora a demanda por governança tenda a se manter resiliente.
  • Desenvolvimento de capacidades internas por grandes investidores pode diminuir a demanda por consultorias externas.
  • Risco reputacional associado a recomendações controversas que afetem decisões de voto em larga escala.

Catalisadores de Crescimento

  • Novas regras de divulgação e maior foco em ESG que ampliam o escopo de serviços necessários das consultorias.
  • Aumento contínuo da participação institucional e do ativismo acionário globalmente.
  • Investimento em tecnologia proprietária, bases de dados e soluções de IA para análise preditiva de riscos de governança.
  • Expansão geográfica para atender empresas multinacionais e investidores com exposição internacional.
  • Parcerias estratégicas com plataformas de investimento e provedores de dados que ampliam distribuição dos serviços.

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Perguntas frequentes

Este artigo é material de marketing e não deve ser interpretado como recomendação de investimento. Nenhuma informação aqui apresentada deve ser considerada como orientação, sugestão, oferta ou solicitação para compra ou venda de qualquer produto financeiro, nem como aconselhamento financeiro, de investimento ou de negociação. Quaisquer referências a produtos financeiros específicos ou estratégias de investimento têm caráter meramente ilustrativo/educativo e podem ser alteradas sem aviso prévio. Cabe ao investidor avaliar qualquer investimento em potencial, analisar sua própria situação financeira e buscar orientação profissional independente. Rentabilidade passada não garante resultados futuros. Consulte nosso Aviso de riscos.

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