Os pilares da computação quântica: a aposta na infraestrutura que pode definir a próxima década

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Aimee Silverwood | Financial Analyst

6 min de leitura

Publicado em 25 de julho de 2025

Com apoio de IA

Resumo

  1. Computação quântica: mercado projetado US$65 bi até 2030, impulsionado por financiamento público, atraindo investimento em computação quântica.
  2. Estratégia picks and shovels para computação quântica: fornecedores de infraestrutura quântica e componentes reduzem risco.
  3. Como investir em computação quântica no Brasil: ADRs, ações computação quântica, ETFs e fundos, considere impostos.
  4. Riscos: startups quânticas voláteis, criptografia pós-quântica relevante; impacto da computação quântica em finanças e saúde exige horizonte longo.

Por que a infraestrutura quântica importa hoje

A computação quântica deixou de ser apenas tema de laboratório e entrou na agenda de investidores. Vamos aos fatos: estimativas projetam um mercado de US$65 bilhões até 2030, impulsionado por mais de US$25 bilhões em financiamento público global. Isso significa que, além da promessa técnica, há capital e política pública criando terreno para crescimento. Para o investidor brasileiro, isso equivale aproximadamente a R$331 bilhões e R$127 bilhões respectivamente, considerando um dólar em torno de R$5,10 — números que mostram escala e comprometimento.

A questão que surge é: como participar desse mercado sem assumir riscos desnecessários? A resposta passa por olhar além das máquinas "estrela" e focar na cadeia de valor — hardware, software, ferramentas de manufatura e plataformas em nuvem. A oportunidade real não está em um único tipo de qubit, mas na infraestrutura que tornará qualquer arquitetura utilizável e comercializável.

Estratégia pragmática: picks and shovels

Uma analogia útil é a corrida do ouro. Os mineradores correram — e muitos falharam —, mas quem vendeu pás e fundos de barril teve negócios duráveis. No contexto quântico, fornecedores de componentes, ferramentas e software representam essas "pás e fundos". Empresas como NVIDIA (NVDA) e Applied Materials (AMAT) não vendem promessas de qubits mágicos; vendem peças essenciais — GPUs para simulação, ferramentas de manufatura e equipamentos de precisão — que atendem a múltiplas arquiteturas. Esse segmento tende a apresentar risco menor e exposição a uma base mais ampla de clientes.

Startups pure‑play, como D‑Wave (QBTS), Quantum Computing Inc (QUBT) e ARQIT (ARQQ), oferecem uma janela direta para a corrida tecnológica. Elas carregam o potencial de retornos elevados, mas também enfrentam altas taxas de queima de caixa e risco real de falha tecnológica ou comercial. Investir nelas é apostar na possibilidade de um vencedor, sabendo que muitos concorrentes poderão perder.

Gigantes de tecnologia — IBM, Google e Microsoft — adicionam outra camada ao portfólio. Eles trazem estabilidade, escala e ecossistemas de software hospedados em nuvem que facilitarão a adoção comercial. Essas empresas também colaboram com governos e instituições acadêmicas, reduzindo o risco sistêmico do setor e acelerando a disponibilidade de recursos quânticos para clientes corporativos.

Catalisadores e riscos

Os motores de crescimento são claros: financiamento governamental massivo, avanços técnicos em correção de erros e arquiteturas híbridas, e casos de uso comerciais que vão de descoberta de fármacos a otimização logística e modelagem financeira. Ao mesmo tempo, o investidor precisa aceitar que prazos são incertos. Muitas abordagens permanecem experimentais — supercondutores, íons aprisionados e annealing competem por relevância — e a coexistência de múltiplas soluções é plausível, o que complica previsões.

Riscos adicionais incluem segurança cibernética e regulamentação, especialmente no terreno da criptografia pós‑quântica (área em que empresas como ARQIT atuam). A volatilidade será a norma; portanto, um horizonte de investimento longo e tolerância a perdas são pré‑requisitos.

Caminhos práticos para o investidor brasileiro

Como acessar essa tese? Há três vias práticas: ações listadas nos EUA (ADRs e equities), ETFs temáticos e fundos de tecnologia que incluam players da cadeia quântica. Corretoras com acesso a bolsas internacionais facilitam compra de tickers como NVDA, AMAT ou QBTS. Importante: considere custos e tributação — há imposto sobre ganho de capital para residentes no Brasil e IOF nas remessas de câmbio — e consulte um assessor tributário.

Diversifique por papel na cadeia: aloque parte do capital a pioneiros (pure‑plays), parte a provedores de infraestrutura e parte a grandes empresas de tecnologia. Isso captura o potencial de upside enquanto reduz exposição a riscos tecnológicos específicos.

Investir em computação quântica é investir em uma jornada. É um jogo de paciência e seleção disciplinada, não um bilhete para ganhos rápidos. Para quem tem horizonte de longo prazo e apetite por inovação, a infraestrutura quântica oferece uma proposta de valor atraente — com riscos palpáveis que não podem ser ignorados.

Os pilares da computação quântica: a aposta na infraestrutura que pode definir a próxima década

Análise Detalhada

Mercado e Oportunidades

  • Mercado projetado para alcançar US$65 bilhões até 2030.
  • Financiamento governamental global para pesquisa e desenvolvimento em computação quântica ultrapassou US$25 bilhões.
  • A oportunidade abrange hardware (qubits, controladores), software (compiladores, correção de erros), ferramentas de manufatura e plataformas em nuvem que hospedam computadores quânticos.

Empresas-Chave

  • D‑Wave Quantum Inc (QBTS): Especializada em sistemas de recozimento quântico (quantum annealing) para resolver problemas complexos de otimização aplicáveis a logística, finanças e pesquisa; oferece exposição direta a uma abordagem específica de computação quântica; perfil financeiro típico de empresas pure‑play, dependente de financiamento contínuo e sujeito a volatilidade.
  • Quantum Computing Inc (QUBT): Desenvolve máquinas quânticas operáveis em temperatura ambiente que podem reduzir complexidade operacional e custos versus soluções criogênicas; foco em comercialização exige capital e desenvolvimento adicional; perfil financeiro em estágio de crescimento com necessidade de investimentos.
  • ARQIT QUANTUM INC (ARQQ): Foca no desenvolvimento de criptografia resistente a computadores quânticos (quantum‑safe), fornecendo soluções para proteger dados; casos de uso centrados em segurança cibernética e proteção de dados sensíveis; modelo financeiro orientado a B2B, sujeito a riscos de adoção e regulamentação.
  • NVIDIA (NVDA): Fornecedora de GPUs e software de simulação utilizados em pesquisa quântica, além de plataformas para desenvolvimento de algoritmos híbridos clássico‑quântico; atua como fornecedor crítico de ferramentas e infraestrutura de desenvolvimento; grande capitalização e posição financeira consolidada.
  • Applied Materials (AMAT): Produtora de equipamentos e ferramentas de manufatura que apoiam a produção de dispositivos quânticos e semicondutores avançados; essencial para escalar a fabricação de componentes quânticos; empresa industrial estabelecida com papel estratégico na cadeia de suprimentos.

Riscos Principais

  • Muitas tecnologias quânticas ainda são experimentais e enfrentam desafios técnicos significativos antes da adoção comercial em larga escala.
  • Empresas pure‑play frequentemente apresentam altas taxas de queima de caixa e trajetórias de lucro incertas.
  • Concorrência entre abordagens tecnológicas (qubits supercondutores, íons aprisionados, annealing etc.) aumenta a incerteza sobre qual arquitetura prevalecerá ou se haverá coexistência de múltiplas soluções.
  • Prazos para adoção em massa são incertos, exigindo horizonte de investimento longo e tolerância à volatilidade e perdas potenciais.
  • Riscos regulatórios e de segurança cibernética associados à criptografia pós‑quântica e ao uso de capacidades quânticas em setores sensíveis.

Catalisadores de Crescimento

  • Investimento governamental maciço e crescente em pesquisa e desenvolvimento, que subsidia progresso e reduz risco financeiro para empresas emergentes.
  • Avanços técnicos contínuos — processadores mais potentes, melhores métodos de correção de erros e arquiteturas híbridas que aumentam a utilidade prática.
  • Clareza crescente de aplicações comerciais em descoberta de fármacos, modelagem financeira, ciência de materiais e inteligência artificial, ampliando casos de uso monetizáveis.
  • Colaborações público‑privadas e integração com provedores de nuvem que aceleram a disponibilização de acesso a recursos quânticos.

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Perguntas frequentes

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