Quando a inflação não cede: as empresas que prosperam

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Aimee Silverwood | Financial Analyst

5 min de leitura

Publicado em 1 de agosto de 2025

Com apoio de IA

Resumo

  • Em inflação persistente, priorize empresas com poder de precificação e marcas fortes; empresas resistentes à inflação mantêm margens.
  • Dívida baixa e cobertura de juros robusta protegem o balanço, sustentando margens protegidas e capacidade de investimento.
  • Investir em inflação: busque ações com pricing power no Brasil e melhores empresas para investir com inflação alta.
  • Estratégia para proteger carteira contra inflação e juros altos: selecione empresas com margens protegidas e dívida baixa.

Quando a inflação não cede: as empresas que prosperam

Dados recentes têm mostrado o óbvio desconfortável: a inflação teima em não ceder e as expectativas de cortes rápidos nas taxas de juros recuam. Isso significa que investidores precisam repensar a defesa da carteira. Uma estratégia prática e fundamentada é buscar empresas com poder de precificação e baixa alavancagem. Para um panorama rápido, veja também Quando a inflação não cede: as empresas que prosperam.

Por que poder de precificação importa

A inflação eleva custos. Quando o custo do capital sobe, o preço do erro também aumenta. Empresas que conseguem repassar aumentos de custo ao consumidor preservam margens. É simples: se o consumidor aceita pagar mais por um produto essencial, a margem operacional monta guarda. Isso explica por que setores de bens de consumo essenciais, utilidades e saúde tendem a se sair melhor em ciclos de inflação persistente.

Vamos aos fatos. Poder de precificação não é sinônimo de aumentar preço quando dá vontade. É a capacidade de manter volumes de venda mesmo após ajustes de preço, fruto de marca forte, diferenciação ou baixa elasticidade da demanda. No Brasil, nomes como Ambev e Natura (NDL) ilustram como marca e distribuição ajudam a transferir custos sem perder participação de mercado.

Baixa dívida como vantagem competitiva

Taxas elevadas tornam o serviço da dívida mais oneroso. Empresas com dívida líquida baixa ou múltiplos reduzidos de dívida líquida/EBITDA suportam menos risco de aperto financeiro. Essa folga no balanço permite continuar investindo, concedendo prazos e até ganhar mercado quando concorrentes endividados cortam despesas ou enfrentam restrições para rolar dívida.

Pense numa corrida: quem carrega muito peso financeiro tropeça ao subir a ladeira dos juros. Quem corre leve, acelera. Por isso indicadores como dívida líquida/EBITDA, custo médio da dívida e maturidade da dívida merecem atenção redobrada. Investidores devem priorizar empresas com cobertura de juros robusta e caixa suficiente para ao menos 12 meses de operação em cenários adversos.

Onde procurar oportunidades

Setores essenciais tendem a apresentar menor elasticidade-preço, facilitando o repasse. Bens de consumo com marcas fortes, serviços de utilidade pública com contratos regulados e empresas de saúde com demanda recorrente costumam proteger margens melhor. Internacionalmente, exemplos como PepsiCo mostram esse comportamento; localmente, Ambev e Natura têm histórico de repasses bem-sucedidos.

Além do setor, verifique: margem bruta estabilizada, margem EBITDA resiliente e tendência de crescimento do lucro líquido mesmo com inflação. Balanços enxutos e receita recorrente são um bom ponto de partida.

Riscos e fatores macro

Nenhuma estratégia é infalível. Empresas sem poder de precificação sofrem compressão de margens. Negócios muito alavancados correm risco de estresse financeiro. Regulamentações, controle de preços e ajustes fiscais no Brasil podem limitar repasses. E se uma recessão severa reduzir a disposição do consumidor de pagar mais, até empresas resilientes sentirão aperto.

Por isso, não se trata de acertar o timing da inflação ou antecipar decisões do Banco Central. Trata-se de selecionar empresas cuja combinação de pricing power e baixa alavancagem aumente a probabilidade de preservação de valor no portfólio.

Conclusão pragmática

Em um cenário de inflação persistente e juros altos, prefira qualidade de balanço e capacidade de repassar preços a apostas sobre quando o ciclo vai virar. Busque empresas com marcas sólidas, margens protegidas e dívida controlada (dívida líquida/EBITDA confortável, cobertura de juros adequada). Lembre-se: não é recomendação personalizada. Avalie seu perfil, horizonte e consulte um assessor. A estratégia reduz riscos, mas não elimina-os.

Palavras-chave: poder de precificação, inflação persistente, empresas resistentes à inflação, dívida baixa, margens protegidas.

Análise Detalhada

Mercado e Oportunidades

  • Ambiente de inflação persistente e taxas de juros elevadas favorece empresas que conseguem repassar custos sem perda substancial de demanda.
  • Empresas com baixa alavancagem têm menor risco financeiro e mais capacidade de investimento e competição durante períodos de aperto monetário.
  • Setores essenciais (bens de consumo, utilidades, saúde) tendem a oferecer demanda menos elástica, aumentando a eficácia do poder de precificação.
  • Rupturas competitivas podem ocorrer quando empresas altamente endividadas são forçadas a reduzir investimento ou aumentar preços de forma menos eficiente.

Empresas-Chave

  • PepsiCo, Inc. (PEP): Multinacional de alimentos e bebidas com marcas fortes e demanda relativamente inelástica; histórico de repasses de custos aos preços finais com impacto limitado no volume, sustentando margens em ambientes inflacionários.
  • CPI Card Group Inc. (PMTS): Fornecedor de produção de cartões de pagamento e serviços relacionados; atua em nichos essenciais com capacidade de negociar aumentos de tarifas quando os custos sobem, favorecendo a manutenção de margens.
  • Energizer Holdings, Inc. (ENR): Fabricante de baterias com perfil de dívida relativamente baixo, proporcionando flexibilidade financeira para resistir a aumentos nas despesas com juros e para investir enquanto concorrentes mais endividados recuam.

Riscos Principais

  • Empresas sem poder de precificação podem sofrer compressão de margens à medida que custos de insumos aumentam.
  • Negócios altamente alavancados enfrentam risco elevado de estresse financeiro devido ao aumento do custo de financiamento.
  • Mudanças inesperadas na demanda ou em regulamentos de preços (controle de preços, subsídios) podem limitar a capacidade de repassar custos.
  • Fenômenos macro (recessão mais acentuada) podem reduzir a disposição do consumidor de aceitar aumentos de preço.

Catalisadores de Crescimento

  • Capacidade de elevar preços sem perda significativa de volume, protegendo margens operacionais.
  • Balanço sólido (baixa dívida líquida) que oferece flexibilidade para investimento e aquisições em momentos de fragilidade concorrente.
  • Forte reconhecimento de marca e fidelidade do consumidor, reduzindo elasticidade-preço e facilitando repasses de custos.

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Perguntas frequentes

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