A corrida do ouro da adaptação climática: por que as ações de resiliência são a nova aposta em infraestrutura

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Aimee Silverwood | Financial Analyst

6 min de leitura

Publicado em 25 de julho de 2025

Com apoio de IA

Resumo

  1. A adaptação climática gera demanda previsível e gastos globais bilionários, criando oportunidades de investimento temático clima.
  2. Ações de resiliência em tecnologia da água e monitoramento climático por satélite oferecem receitas contratuais estáveis.
  3. Infraestrutura resiliente e materiais de construção resilientes terão demanda por mandatos regulatórios e financiamentos públicos.
  4. No Brasil, avalie empresas com contratos estáveis e fundos para aprender como investir em ações de resiliência climática no Brasil.

A corrida do ouro da adaptação climática: por que as ações de resiliência são a nova aposta em infraestrutura

A maré que não para

A adaptação climática deixou de ser um conceito aspiracional. Virou demanda de mercado. Governos, seguradoras e bancos passaram a amarrar orçamentos e regras em torno de obras e tecnologias que protejam cidades, redes elétricas e fornecimento de água. Isso significa procura previsível. E procura previsível gera oportunidade de investimento de longo prazo.

Vamos aos fatos. Estimativas globais apontam para gastos de cerca de US$300 bilhões até 2030 em adaptação — algo como R$1,5 trilhão, a preços aproximados. Só os Estados Unidos reservam US$50 bilhões (≈ R$250 bilhões) em iniciativas de resiliência; a União Europeia comprometeu €87 bilhões até 2027, e a China planeja algo na ordem de US$1,4 trilhão na próxima década. A escala é comparável a uma reconstrução global da infraestrutura. A questão que surge é: como o investidor aproveita esse fluxo?

Setores com demanda institucionalizada

Primeiro, tecnologia da água. O Brasil sabe o que é seca e estresse hídrico — do Nordeste ao racionamento em grandes centros. Empresas que gerenciam recursos hídricos, reciclagem e reúso têm contratos de longo prazo e clientes regulados. Um exemplo norte-americano útil para entender a tese é a Global Water Resources (GWRS), cuja operação em áreas áridas ilustra modelos de negócio replicáveis.

Segundo, monitoramento climático. Dados diários de satélite se tornaram insumos críticos para seguradoras, agricultura e gestores de risco urbano. Planet Labs (PL) opera uma constelação que fornece essa inteligência em tempo real — informação que reduz incerteza e que, portanto, vale dinheiro.

Terceiro, materiais e construção resilientes. Obras de contenção, elevação de estradas, redes elétricas blindadas e novos códigos de construção criam demanda por produtos e serviços especializados. Hannon Armstrong (HASI), por exemplo, financia projetos de infraestrutura sustentável e resiliente, atuando como provedor de capital para investimentos de longo prazo.

Por que é diferente do ativismo voluntário?

A diferença crucial é prática. Reconstrução pós-desastre, proteção de redes críticas e exigência de compliance por reguladores e seguradoras transformam intenção em obrigação. Não se trata de uma campanha de imagem. É necessidade econômica. Seguradoras condicionam cobertura a medidas de adaptação. Bancos incorporam risco climático em decisões de crédito. Novos códigos de obras tornam certas adaptações mandatórias.

Riscos e limites

Nenhuma tese é isenta de risco. A dependência de gasto público expõe o setor a cortes orçamentários ou redirecionamentos. Alguns produtos ainda precisam provar escalabilidade e rentabilidade em larga escala. Empresas jovens podem ter histórico operacional curto. E, ironicamente, eventos climáticos excepcionais podem testar além da capacidade de adaptação prevista, reduzindo eficácia e retornos.

Catalisadores de crescimento

Os vetores que sustentam o crescimento existem: mandatos legais, pacotes de financiamento definidos, exigências de seguradoras, integração do risco climático no crédito e barreiras de entrada elevadas que protegem líderes de mercado. Esses elementos criam um horizonte multidecada — não um pico passageiro.

Uma abordagem prática para o investidor

Para o investidor brasileiro: considere exposição temática em ações e fundos que reúnam players de tecnologia da água, sensoriamento por satélite e infraestruturas resilientes. Avalie empresas com receitas contratuais estáveis ou apoio governamental. Em paralelo, monitore programas locais — fundos de infraestrutura, recursos do BNDES e do Fundo Clima — que podem oferecer cofinanciamento ou garantias.

E lembre-se: isto não é recomendação personalizada. A alocação deve respeitar perfil de risco, horizonte e consulta a um assessor qualificado.

A adaptação climática oferece uma janela rara: investimento alinhado a necessidade econômica real, escala global e marcos regulatórios que prometem demanda previsível. Pergunte-se: você está posicionado para participar dessa reconstrução?

Análise Detalhada

Mercado e Oportunidades

  • Gastos globais com adaptação climática projetados em US$300 bilhões até 2030.
  • Estados Unidos: US$50 bilhões alocados especificamente para projetos de resiliência (Infrastructure Investment and Jobs Act).
  • União Europeia: comprometimento de €87 bilhões para adaptação climática até 2027.
  • China: previsão de gastos de US$1,4 trilhão em infraestrutura adaptativa na próxima década.
  • Perdas recentes relacionadas ao clima que reforçam a necessidade de adaptação: US$113 bilhões (furacão Ian); US$43 bilhões (inundações na Europa em 2021); US$103 bilhões (impacto econômico dos incêndios na Austrália).

Empresas-Chave

  • [Hannon Armstrong Sustainable Infrastructure Capital, Inc. (HASI)]: Investidora focada em financiar projetos de infraestrutura sustentável e de resiliência, incluindo eficiência energética e ativos com contratos de longo prazo ou apoio governamental; atua como provedora de capital para melhorar a resistência de comunidades e instalações críticas; modelo financeiro baseado em investimentos de longo prazo e retornos estáveis ligados a contratos e subsídios governamentais.
  • [Planet Labs PBC (PL)]: Opera uma constelação de satélites de observação terrestre que fornece imagens diárias da superfície; seus dados são usados em modelos de risco de seguradoras, planejamento agrícola e monitoramento de inundações e secas, atuando como inteligência crítica para ações de adaptação; receita majoritariamente proveniente de vendas de dados e assinaturas de serviços geoespaciais.
  • [Global Water Resources, Inc. (GWRS)]: Empresa de gestão de recursos hídricos que opera em regiões áridas (ex.: Arizona), focada em reciclagem, conservação e práticas sustentáveis de abastecimento; modelo de negócio orientado à segurança hídrica em áreas com escassez, oferecendo exposição direta a soluções de água potável e reutilização; receitas advêm de tarifas de serviços e contratos de gestão de água.

Riscos Principais

  • Dependência de gasto público: cortes ou reorientação orçamentária podem reduzir a demanda por alguns projetos.
  • Maturidade tecnológica: algumas soluções de adaptação ainda não demonstraram escalabilidade ou rentabilidade em grande escala.
  • Mudanças regulatórias: novas leis ou normas podem favorecer alternativas diferentes ou criar incertezas de compliance.
  • Curto histórico operacional: muitas empresas do setor são relativamente jovens e têm histórico limitado em crises prolongadas.
  • Risco físico exacerbado: impactos climáticos severos podem superar a capacidade de adaptação planejada, reduzindo eficácia e retornos esperados.

Catalisadores de Crescimento

  • Mandatos governamentais e pacotes de financiamento que garantem projetos de resiliência com prazos e recursos definidos.
  • Exigência crescente de seguradoras por medidas de resiliência como condição para cobertura.
  • Integração do risco climático nas decisões de crédito dos bancos e fortalecimento de cadeias de suprimento corporativas.
  • Novos códigos de construção e regulamentações ambientais que tornam obrigatórias características de resiliência e sistemas de monitoramento.
  • Barreiras de entrada elevadas (alto capital inicial, regulamentação) criando fossos competitivos para empresas estabelecidas no setor.

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Perguntas frequentes

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