A bonança das aquisições em biotecnologia: por que estas farmacêuticas podem ser as próximas

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Aimee Silverwood | Financial Analyst

6 min de leitura

Publicado em 11 de julho de 2025

Com apoio de IA

Resumo

  1. Aquisições em biotecnologia e aquisições farmacêuticas aceleram pipelines, valorizando ações de biotecnologia.
  2. Alvos com drogas órfãs e indicação pediátrica atraem prêmios elevados em fusões e aquisições farmacêuticas.
  3. Para reduzir risco, considerar investir em biotech via royalties; Royalty Pharma e cestas temáticas diversificam exposição.
  4. Investidores brasileiros verifiquem tributação, corretora e estratégias como investir em biotecnologia com pouco dinheiro.

A bonança das aquisições em biotecnologia: por que estas farmacêuticas podem ser as próximas

Quando comprar inovação vira estratégia

Grandes farmacêuticas enfrentam um problema clássico: medicamentos blockbusters perdem patentes e as receitas evaporam. A solução adotada é comprar inovação em vez de desenvolvê‑la inteiramente internamente. Vamos aos fatos: acordos de licenciamento e aquisições aceleram acesso a pipelines valiosos e reduzem o tempo para retorno comercial.

O exemplo recente entre Glenmark e AbbVie, com valor potencial próximo a US$1,9 bilhão, ilustra bem essa tendência. Isso não é um caso isolado. Transações como essa costumam pagar prêmios que superam 50% sobre o preço das ações pré‑anúncio. Para o investidor, a pergunta é óbvia: como participar dessa bonança sem assumir um risco binário monumental?

Onde as farmacêuticas procuram tesouros

Os alvos preferenciais são empresas ágeis com foco em doenças raras e indicações pediátricas. Por quê? Porque a designação de orphan drug nos EUA traz exclusividade de mercado e incentivos regulatórios; e tratamentos pediátricos podem render vouchers de revisão prioritária negociáveis por valores substanciais. Isso eleva o preço que um comprador estratégico está disposto a pagar.

Empresas como BridgeBio ou SpringWorks representam o tipo de alvo que atrai grandes farmacêuticas: pipelines direcionados, com vias regulatórias relativamente mais claras e, muitas vezes, potenciais patentes vinculadas a mecanismos genéticos bem definidos.

Alternativas para reduzir o risco

Investir em biotecnologia direta é arriscado. Um estudo clínico negativo pode reduzir quase a zero o valor de mercado de uma pequena biotech. Por isso existem modelos alternativos. A compra de fluxos de royalties, praticada por players como Royalty Pharma, transforma receitas futuras em ativos hoje, oferecendo diversificação e menor exposição ao risco binário de um único ensaio clínico.

Outras vias praticáveis incluem cestas temáticas de ações, plataformas que permitem compra fracionada e fundos que replicam esse segmento. Essas estruturas diluem o risco idiossincrático. Isso significa que o investidor pode buscar upside das aquisições sem colocar todas as fichas numa única molécula.

Implicações práticas para o investidor brasileiro

Atenção às tarifas e tributos. Operações em mercados internacionais envolvem IOF no câmbio e imposto de renda sobre ganhos de capital. Ganhos em ações estrangeiras devem ser declarados à Receita Federal; a tributação varia conforme o produto e o prazo. Além disso, corretoras brasileiras podem não oferecer compra fracionada de algumas ações ou fundos estrangeiros; cheque a disponibilidade e custos antes de entrar.

Outra diferença importante: aprovações nos EUA (FDA) e no Brasil (ANVISA) seguem regras distintas e cronogramas próprios. Uma aprovação pelo FDA aumenta o valor comercial, mas não garante automaticamente acesso rápido ao mercado brasileiro. Isso influencia prazos de receita e, portanto, avaliação de negociação.

Riscos e recomendações finais

Quais são os riscos? Falhas em ensaios clínicos, atrasos regulatórios, concorrência inesperada e volatilidade do mercado são os principais. Condições macroeconômicas também importam: aperto de crédito e juros altos podem reduzir fusões e aquisições.

Minha recomendação editorial é prática e cautelosa: diversifique. Combine exposição direta a ações de biotecnologia com instrumentos menos binários — royalties, cestas temáticas ou participação fracionada — e sempre verifique tributação e regras da corretora. Para quem considera apostar em potenciais alvos, faça a lição de casa: entenda o estágio dos ensaios, a proteção intelectual e a plausibilidade comercial do tratamento.

Nada aqui é aconselhamento personalizado. Investir em biotecnologia pode oferecer prêmios significativos, mas exige tolerância a risco e diligência. O tema é promissor; a estratégia, exigente.

Análise Detalhada

Mercado e Oportunidades

  • Grandes farmacêuticas estão intensificando aquisições e acordos de licenciamento para repor pipelines à medida que blockbusters perdem exclusividade.
  • O acordo da Glenmark com a AbbVie, estimado em até aproximadamente US$1,9 bilhão, sinaliza prêmios significativos em transações de licenciamento e aquisição.
  • Prêmios de aquisição para empresas de biotecnologia frequentemente excedem 50% do preço das ações antes do anúncio, beneficiando investidores iniciais.
  • Tratamentos para doenças raras podem alcançar preços premium devido à competição limitada e a incentivos regulatórios.
  • A designação de "orphan drug" pela FDA oferece até sete anos de exclusividade de mercado para tratamentos elegíveis, aumentando o valor comercial potencial.
  • Indicações pediátricas para doenças raras podem qualificar-se para vouchers de revisão prioritária (priority review vouchers), negociáveis por centenas de milhões de dólares.

Empresas-Chave

  • BridgeBio Pharma (): Foco em doenças genéticas de padrão mendeliano; desenvolvimento de terapias direcionadas para defeitos causais de genes únicos; pipeline diversificado em múltiplas condições raras que torna a empresa atraente para aquisições estratégicas por companhias maiores que buscam programas com caminhos regulatórios mais definidos.
  • Royalty Pharma (): Operadora de compra de fluxos de royalties de produtos farmacêuticos; adquire direitos sobre receitas futuras de medicamentos aprovados ou em desenvolvimento; modelo financeiro baseado em receita antecipada que oferece diversificação imediata e menor exposição ao risco binário de ensaios clínicos.
  • SpringWorks Therapeutics (): Plataforma de medicina de precisão voltada a doenças raras e alguns tipos de câncer; ênfase em indicações pediátricas que podem conferir incentivos regulatórios adicionais; perfil que combina foco em alvos específicos com potencial para estratégias de licenciamento ou aquisição.

Riscos Principais

  • Fracasso em ensaios clínicos — um estudo negativo pode eliminar grande parte do valor de mercado de uma empresa de biotecnologia.
  • Atrasos ou negativas em aprovações regulatórias que impactam cronogramas e receitas previstas.
  • Concorrência inesperada ou soluções alternativas que reduzam o potencial de mercado de um medicamento candidato.
  • Alta volatilidade nos preços das ações de empresas individuais, especialmente em fases pré-comercialização.
  • Condições macroeconômicas adversas (ex.: aperto de crédito, elevação de juros) que podem reduzir atividade de aquisições e a liquidez do mercado.

Catalisadores de Crescimento

  • Cliffs de patentes em grandes farmacêuticas que incentivam aquisições e acordos de licenciamento para repor pipelines.
  • Potencial para prêmios significativos em aquisições beneficiando investidores iniciais em empresas-alvo.
  • Incentivos regulatórios (vias aceleradas, exclusividade para doenças raras) que elevam o valor dos ativos biotecnológicos.
  • Tendência crescente de medicina personalizada e terapias direcionadas, beneficiando plataformas com alvos específicos.
  • Pipelines diversificados que reduzem o risco concentrado em um único ativo e tornam empresas mais atraentes para compradores estratégicos.

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Perguntas frequentes

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