Inflação tarifária: as empresas que podem prosperar com o aumento dos custos de importação

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Aimee Silverwood | Financial Analyst

6 min de leitura

Publicado em 13 de agosto de 2025

Com apoio de IA

Resumo

  • Inflação tarifária por tarifas de importação provoca choque de oferta, aumentando o impacto das tarifas na inflação.
  • Prefira empresas resilientes à inflação com cadeia de suprimentos doméstica e produtores locais.
  • Marcas essenciais com poder de precificação garantem margens e são ótimas ações defensivas.
  • Aprenda como investir em empresas com produção doméstica e poder de precificação no Brasil.

Inflação tarifária: as empresas que podem prosperar com o aumento dos custos de importação

A recente alta da inflação central tem um motor claro: tarifas sobre importações. Esse tipo de medida eleva o custo de entrada de produtos e insumos estrangeiros, empurrando para cima preços ao consumidor e de produção. Vamos aos fatos: quando o país impõe tarifas, o choque é de oferta — nem sempre algo que o Banco Central resolve apenas com a Selic. Isso significa que algumas empresas podem se posicionar melhor do que outras. Inflação tarifária: as empresas que podem prosperar com o aumento dos custos de importação

Por que tarifas mudam o jogo

Tarifas tornam bens importados mais caros e encarecem cadeias que dependem de insumos do exterior. Em termos técnicos, isso é um choque de oferta: a oferta efetiva de bens diminuirá ou ficará mais cara, pressionando a inflação central. Como a política monetária atua pela demanda — aumentando juros para desaquecer o consumo — sua eficácia frente a um choque de oferta é limitada. O Banco Central do Brasil pode elevar a Selic para conter pressões inflacionárias, mas isso traz custos: queda de atividade e aumento dos spreads de crédito.

Quais empresas se beneficiam

Empresas com forte presença produtiva doméstica sofrem menos impacto direto. Se a fábrica e boa parte da cadeia de suprimentos estão no Brasil, a empresa reduz exposição a tarifas e variações cambiais. Isso pode se traduzir em preços relativamente mais competitivos frente a importados e, em alguns casos, ganho de participação de mercado.

Outra vantagem decisiva é o chamado poder de precificação. Explicando de forma prática: é a capacidade de repassar aumentos de custo para o cliente sem perder volumes significativos. Marcas consolidadas de bens essenciais — alimentos, higiene, bebidas — têm demanda menos sensível ao preço. Ou seja, consumidores tendem a manter compras mesmo com reajustes moderados.

Exemplos globais ajudam a ilustrar: empresas como PepsiCo e Procter & Gamble têm extensa manufatura local em vários mercados, o que reduz exposição a tarifas e dá margem para ajustes de preço. No contexto brasileiro, produtores como BRF ou Ambev e fabricantes com operações locais podem exercer papel semelhante.

Critérios práticos para investidores

A questão que surge é: como proteger carteiras? Sugiro priorizar três características ao selecionar ações:

  • exposição a produtos essenciais, com demanda inelástica;
  • cadeias de suprimento majoritariamente domésticas ou diversificadas nacionalmente;
  • marcas fortes, com histórico de repassar custos sem perder participação.

Esses critérios não garantem proteção absoluta, mas aumentam a probabilidade de que margens sejam preservadas em um cenário de inflação sustentada por tarifas.

Riscos e limites da estratégia

Nada é sem risco. Empresas que dependem de componentes importados enfrentarão compressão de margens e, se não tiverem poder de precificação, podem perder mercado. Há ainda o risco de escalada tarifária e retaliações que aumentam volatilidade setorial. Finalmente, se o BC subir a Selic para combater a inflação, o custo de capital sobe e pode frear o crescimento.

Conclusão

A inflação tarifária cria um ambiente em que a estrutura da oferta importa tanto quanto a dinâmica da demanda. Investidores brasileiros com horizonte defensivo deveriam olhar para negócios essenciais, com produção local e marcas consolidadas — empresas capazes de repassar custos e, potencialmente, capturar participação quando importados ficam mais caros. Afinal, em tempos de choque de oferta, quem controla a produção e a percepção de valor junto ao consumidor tem vantagem. Resta a pergunta: sua carteira está preparada para um período de inflação guiado por tarifas?

Análise Detalhada

Mercado e Oportunidades

  • A implementação de tarifas sobre importações eleva os custos de produção de bens importados ou que dependem de insumos importados, pressionando a inflação central.
  • Empresas com cadeias de suprimento domésticas têm menor exposição direta às tarifas e podem oferecer produtos a preços mais competitivos em relação aos importados.
  • Marcas com forte fidelidade e produtos essenciais conseguem repassar aumentos de custo sem perda significativa de volume, preservando margens.
  • Setores concentrados em consumo não discricionário (alimentos, higiene, alguns bens industriais especializados) apresentam oportunidade defensiva durante choques de oferta.
  • A ineficácia parcial das políticas monetárias tradicionais frente à inflação de oferta pode prolongar o período de inflação elevada, beneficiando empresas resilientes.

Empresas-Chave

  • PepsiCo, Inc. (PEP): Capacidade de fabricação local extensa em diversos mercados que reduz exposição a tarifas; portfólio de marcas consolidadas e demanda relativamente inelástica por snacks e bebidas, conferindo poder de precificação.
  • The Procter & Gamble Company (PG): Empresa de bens de consumo essenciais com forte produção doméstica e portfólio de marcas leais; escala, distribuição e fidelidade permitem ajustar preços para compensar aumentos de custo.
  • Illinois Tool Works Inc. (ITW): Conglomerado industrial com manufatura doméstica significativa e atuação em nichos de alta barreira à entrada; modelo descentralizado possibilita respostas rápidas a pressões de custo e transferência de preços em segmentos especializados.

Riscos Principais

  • Empresas dependentes de componentes ou produtos importados podem ver margens comprimidas diante de tarifas e pressões cambiais.
  • Negócios sem marcas fortes ou que atuam em mercados altamente competitivos podem não conseguir repassar custos, perdendo participação de mercado.
  • Incerteza na condução da política monetária: tentativas de combater a inflação via juros podem elevar o custo de capital e reduzir o crescimento econômico.
  • Possibilidade de retaliação comercial e escalada de tarifas, ampliando volatilidade setorial e risco regulatório.

Catalisadores de Crescimento

  • Fortalecimento e diversificação de cadeias de suprimento domésticas que reduzem vulnerabilidade a tarifas e interrupções globais.
  • Capacidade de repassar aumentos de custo por meio de maior poder de marca e diferenciação de produto.
  • Demanda inelástica por bens essenciais que sustenta volumes mesmo com preços mais altos.
  • Captura de participação de mercado por produtores locais quando produtos importados ficam relativamente mais caros.

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Perguntas frequentes

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