Riscos e oportunidades: equilíbrio necessário
A oportunidade temática é clara: revalorização de propriedades intelectuais, economias de escala em produção e o aumento do valor de direitos ao vivo. Entretanto, riscos existem e não são triviais. Transações altamente alavancadas tornam‑se sensíveis a choques macro; a integração operacional entre culturas corporativas distintas costuma consumir tempo e capital; e investimento massivo em conteúdo não garante audiência.
A pergunta que fica é pragmática: como posicionar portfólios diante de um provável ciclo de M&A no setor de mídia? Uma abordagem sensata combina exposição a líderes com balanços sólidos e capacidade de financiamento (Netflix, Amazon, Disney), monitoramento de ativos subavaliados que podem se transformar em alvos (Paramount, algumas redes de distribuição) e disciplina quanto à liquidez e ao câmbio. Nada aqui é garantia; é cenário condicional, com oportunidades para os que entenderem riscos regulatórios e operacionais.
Concluindo: a oferta da Netflix por WBD é mais do que transação; é catalisador. O mercado de entretenimento entrou num novo jogo onde escala, conteúdo e direitos ao vivo ditam as regras. Investidores brasileiros devem avaliar exposição, liquidez e tributação antes de decidir que posição tomar.