A revolução da última milha: por que as ações de entrega são a nova corrida do ouro

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Aimee Silverwood | Financial Analyst

6 min de leitura

Publicado em 25 de julho de 2025

Com apoio de IA

Resumo

  1. Entrega de última milha concentra custos e oportunidades, elevando margens na logística e‑commerce.
  2. IA logística e otimização de rotas aumentam densidade e reduzem custo por entrega.
  3. Ações de entrega com tecnologia, como UPS ações, FedEx ações e DoorDash ações, lideram integração e escala.
  4. Investidores devem avaliar densidade, roteirização, riscos regulatórios e como investir em ações de entrega de última milha no Brasil.

A última milha é o centro dos custos e da oportunidade

A entrega de última milha — o trecho final que leva um produto do centro de distribuição até a porta do cliente — concentra hoje o maior custo e a maior fricção na cadeia do e‑commerce. Estudos e dados do setor indicam que esse trecho responde por cerca de 53% do custo total de frete. Isso significa que ganhos modestos de eficiência na última milha podem ter impacto desproporcional nas margens. A questão que surge é: quem vai capturar esse ganho?

Vamos aos fatos. O crescimento contínuo do comércio eletrônico, combinado com a expectativa do consumidor por entregas mais rápidas e previsíveis, cria demanda crescente por serviços de entrega final. Entregas no mesmo dia e modelos de assinatura, como o Amazon Prime, aumentam a retenção e o ticket médio. Consumidores que recebem rapidez tendem a comprar mais; estimativas apontam incrementos relevantes no LTV (valor vitalício) do cliente quando a conveniência melhora.

Tecnologia e densidade: o diferencial dos vencedores

O diferencial competitivo não será necessariamente a maior frota, e sim o melhor algoritmo. Empresas que investem em IA, machine learning e automação conseguem otimizar rotas, aumentar a chamada "densidade" — ou seja, mais entregas por bairro e por rota — e reduzir o custo por entrega. Um exemplo clássico é o ORION, sistema da UPS que roteiriza entregas em tempo real para cortar quilômetros e tempo de operação.

Modelos como os adotados pela UPS (UPS), FedEx (FDX) e plataformas de last mile como DoorDash (DASH) mostram que tecnologia e integração de rede trazem escala. No Brasil, players como Loggi, Rappi e o braço logístico do Mercado Livre seguem caminhos parecidos, buscando aumentar densidade em centros urbanos como São Paulo e Rio de Janeiro para reduzir o custo por drop.

Tamanho do mercado e catalisadores

O mercado global de entrega de última milha é material: estimativas situam a oportunidade em torno de £50 bilhões, equivalente a cerca de R$ 400 bilhões ou US$ 62 bilhões, dependendo da taxa de câmbio. Catalisadores claros sustentam a tese de investimento: digitalização do varejo, urbanização, pressões por rapidez de entrega e avanços em robótica, veículos elétricos e autônomos.

Riscos que não podem ser ignorados

Mas o investimento não é sem riscos. A inflação de combustíveis e a pressão por salários maiores diante da escassez de motoristas corroem margens. Há ainda risco regulatório expressivo: limites de emissões e incentivos a veículos elétricos, além de potenciais mudanças na legislação sobre vínculo trabalhista que podem elevar custos fixos. Concorrência vertical — quando grandes varejistas como a Amazon internalizam logística — reduz volumes para parceiros externos e pressiona preços.

Riscos tecnológicos também existem. Falhas na implementação de IA ou CAPEX elevado em automação podem postergar ganhos projetados. Portanto, avalie cada empresa tanto por tecnologia quanto por execução operacional.

O que o investidor deve observar

Procure empresas que mostrem: capacidade de aumentar densidade, excelência em roteirização e integração de dados, e modelos de receita previsíveis (assinaturas, contratos B2B). No Brasil, verifique liquidez antes de investir em ADRs ou BDRs de empresas estrangeiras e considere implicações fiscais de rendimentos e ganhos em dólar. Lembre que liquidez reduz o custo de entrada e saída e que BDRs/ADRs podem ter volatilidade distinta das ações locais.

Não se trata de promessa de retorno. Trata‑se de uma tese lógica: reduzir o custo mais relevante da cadeia do e‑commerce cria espaço para margens maiores e valor de mercado. Se você é investidor, olhe para a tecnologia, para os indicadores operacionais e para o contexto regulatório antes de decidir.

Leia também: A revolução da última milha: por que as ações de entrega são a nova corrida do ouro

Aviso: este texto tem caráter informativo e não constitui recomendação personalizada de investimento. Riscos e condições de mercado podem afetar resultados futuros.

Análise Detalhada

Mercado e Oportunidades

  • A entrega de última milha representa aproximadamente 53% do custo total de transporte, abrindo espaço para ganhos de eficiência substanciais.
  • O crescimento do e‑commerce é o principal impulsionador da demanda por serviços de logística final; a penetração digital continua a subir globalmente.
  • Consumidores que recebem entregas no mesmo dia tendem a gastar cerca de 23% a mais em compras subsequentes, aumentando o LTV (valor vitalício) do cliente.
  • Modelos de assinatura (p.ex. Amazon Prime) criam receitas previsíveis que permitem investimentos em infraestrutura e tecnologia.
  • O mercado global de última milha é relevante (referenciado como ~£50 bilhões), representando uma oportunidade de escala para empresas inovadoras.

Empresas-Chave

  • [United Parcel Service, Inc. (UPS)]: Tecnologia central — sistema ORION de otimização de rotas em tempo real, triagem automatizada e testes com entregas por drone; casos de uso — roteirização otimizada para entregas urbanas e suburbanas; financeiros — modelo de receita baseado em fretes e serviços logísticos, com investimentos contínuos em automação e infraestrutura.
  • [FedEx Corporation (FDX)]: Tecnologia central — extensa malha aérea, adoção de veículos autônomos e sistemas robóticos de triagem; casos de uso — entregas urgentes e logística global para clientes corporativos; financeiros — foco em receita por serviços expressos e soluções empresariais, buscando reduzir custo por entrega por meio de tecnologia.
  • [DoorDash, Inc. (DASH)]: Tecnologia central — plataforma on‑demand e rede de entregadores freelancers; casos de uso — delivery de alimentos expandido para varejo, mercearia e bebidas com alta densidade de pedidos; financeiros — modelo baseado em taxas de entrega, comissões e otimização de rotas para aumentar margem por pedido.

Riscos Principais

  • Aumento dos preços de combustíveis e inflação salarial que pressionam margens operacionais.
  • Escassez de motoristas e custos associados à contratação e retenção, dificultando a escalabilidade das entregas porta a porta.
  • Pressão regulatória crescente, incluindo limites de emissões veiculares e mudanças potenciais na legislação sobre vínculos trabalhistas (contratados vs. empregados).
  • Concorrência vertical de grandes varejistas (ex.: Amazon) que internalizam logística e reduzem volumes para parceiros externos.
  • Risco tecnológico e de implementação: falhas na integração de IA/automação ou custos elevados de capital podem atrasar os ganhos de eficiência esperados.

Catalisadores de Crescimento

  • Expansão contínua do e‑commerce e aumento do ticket médio por conveniência de entrega rápida.
  • Pressão dos consumidores por entregas mais rápidas e previsíveis (mesmo dia, janelas de entrega reduzidas).
  • Avanços em IA, machine learning, roteirização dinâmica, robótica e veículos autônomos que reduzem o custo por entrega.
  • Urbanização e densificação populacional em grandes centros que favorecem maior densidade de entregas por bairro, reduzindo custo por drop.

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Perguntas frequentes

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