A corrida do ouro dos materiais para baterias: por que as ações de pacotes de energia para VEs podem definir a próxima década

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Aimee Silverwood | Financial Analyst

6 min de leitura

Publicado em 25 de julho de 2025

Com apoio de IA

Resumo

  1. Demanda por materiais para baterias, especialmente lítio e níquel, deve crescer com a eletrificação automotiva.
  2. Concentração no processamento de minerais cria riscos na cadeia de suprimentos de veículos elétricos; impacto do Inflation Reduction Act relevante.
  3. Cesta diversificada em ações de mineradoras reduz risco e facilita investimento em commodities e materiais críticos para baterias.
  4. Investidor brasileiro: avalie como investir em lítio no Brasil, riscos de ações de lítio e níquel e Thacker Pass.

A corrida do ouro dos materiais para baterias

A revolução dos veículos elétricos não é apenas sobre elétrons ou softwares. É, sobretudo, sobre minerais. Lítio, níquel e cobalto são os blocos essenciais das baterias que moverão dezenas de milhões de carros, caminhões e ônibus nas próximas décadas. Vamos aos fatos: vendas globais de VEs podem atingir 30 milhões de unidades até 2030. Isso significa uma demanda por lítio que pode crescer até 40 vezes até 2040. A pergunta é: quem vai fornecer esses materiais?

Por que os materiais definem a próxima fase

Cada veículo elétrico exige, em média, cerca de 8 kg de lítio, 35 kg de níquel e 14 kg de cobalto. Hoje, a produção anual de lítio é próxima de 100 mil toneladas, diante de uma demanda projetada de 2 milhões de toneladas em 2030. A consequência lógica é um déficit estrutural, porque desenvolver novos projetos minerais demora anos. Não é questão de apertar um botão. Leva-se tempo para licenciar minas, construir plantas e escalar processamento.

Isso cria poder de mercado para mineradoras e processadoras. Empresas como Albemarle, que controla cerca de 20% da oferta global de lítio, e projetos continentais como Thacker Pass, nos EUA, desenvolvidos pela Lithium Americas, exemplificam fornecedores estratégicos. No Brasil, a Vale figura como um player relevante em níquel Classe I, ou seja, níquel de alta pureza adequado para baterias de alto desempenho.

Riscos e política industrial

A concentração do processamento, especialmente em facilidades chinesas, adiciona um componente geopolítico. Em resposta, Estados Unidos e União Europeia têm adotado políticas para incentivar produção doméstica e segurança de cadeia de suprimentos, como o Inflation Reduction Act, o Defense Production Act e a Critical Raw Materials Act. Isso pode acelerar projetos locais e favorecer depósitos como Thacker Pass.

Mas quais são os riscos para o investidor? Primeiro, volatilidade de preços de commodities. Oscilações bruscas podem comprimir margens e gerar retornos imprevisíveis. Segundo, regulamentação ambiental e oposição local podem atrasar ou inviabilizar projetos. Terceiro, risco tecnológico: se químicas como baterias de estado sólido se tornarem dominantes, a necessidade por certos metais pode cair.

Uma estratégia prática: cesta diversificada

Dado o cenário, investir em um pacote diversificado de fornecedores de materiais para baterias — um "Electric Vehicle Power Pack" — pode ser a abordagem mais pragmática. Uma cesta reduz exposição a problemas idiossincráticos de uma única mina ou país e captura a demanda estruturada pela eletrificação. Isso não elimina riscos, mas equilibra-os.

Considere misturar títulos de produtores de lítio (como ALB), desenvolvedores com projetos em solo americano (LAC) e grandes mineradoras com exposição a níquel de qualidade para baterias (como VALE). Essa diversificação combina capacidade de produção, optionality de projetos futuros e escala.

O que o investidor brasileiro deve observar

Investidores no Brasil devem monitorar: 1) avanço regulatório nos EUA e UE e como isso afeta preços e contratos de longo prazo; 2) riscos ambientais e exigências de licenciamento que podem atrasar entregas; 3) exposição cambial e como variações do dólar influenciam custos e receitas (podemos falar de US$135 bilhões de necessidade de investimento em mineração até 2030, aproximadamente R$700 bilhões a depender do câmbio).

Por fim, pergunto: vale a pena apostar na matéria-prima da mobilidade elétrica? Para investidores de perfil moderado a arrojado, a resposta pode ser sim, desde que com disciplina, alocação diversificada e consciência dos riscos. Invista com horizonte longuíssimo. Não há garantias de retorno. Este texto não é recomendação personalizada. O futuro pode ser favorável, mas dependerá de política, tecnologia e execução operacional.

Veja uma proposta de cesta que ilustra essa ideia: A corrida do ouro dos materiais para baterias: por que as ações de pacotes de energia para VEs podem definir a próxima década.

Análise Detalhada

Mercado e Oportunidades

  • Vendas globais de veículos elétricos projetadas em 30 milhões de unidades até 2030.
  • Demanda por lítio pode crescer 40 vezes até 2040.
  • Estima-se necessidade de US$135 bilhões em investimentos em mineração até 2030 para suprir materiais de baterias.
  • Grandes montadoras comprometeram mais de US$100 bilhões em desenvolvimento de veículos elétricos.
  • Produção anual atual de lítio é aproximadamente 100.000 toneladas, ante demanda projetada de 2 milhões de toneladas para 2030.
  • Cada veículo elétrico requer aproximadamente 8 kg de lítio, 35 kg de níquel e 14 kg de cobalto.

Empresas-Chave

  • [Albemarle Corporation (ALB)]: Maior produtora mundial de lítio, controla cerca de 20% da oferta global; opera projetos de salmoura no Chile e minas de rocha dura na Austrália; possui contratos de longo prazo com fabricantes de baterias, posicionando-se como fornecedor estratégico para a indústria de VEs.
  • [Lithium Americas Corp. (LAC)]: Desenvolve o projeto Thacker Pass (Nevada), um dos maiores depósitos conhecidos com estimativa de 13,7 milhões de toneladas em equivalentes de carbonato de lítio; potencial beneficiária de incentivos dos EUA para produção doméstica e segurança de fornecimento.
  • [Vale S.A. (VALE)]: Produtora significativa de níquel Classe I de alta pureza, essencial para baterias de alto desempenho; opera grandes minas em países como Canadá e Indonésia com produção aproximada de 230.000 toneladas anuais; fornece matérias-primas a fabricantes de baterias como CATL e LG Energy Solution.

Riscos Principais

  • Alta volatilidade nos preços das commodities, capaz de comprimir margens e gerar retornos imprevisíveis.
  • Regulamentações ambientais e oposição comunitária que podem atrasar, restringir ou inviabilizar projetos de mineração.
  • Risco tecnológico — novas químicas de bateria (por exemplo, baterias de estado sólido) podem reduzir a necessidade de determinados metais.
  • Tensões geopolíticas, disputas comerciais e nacionalismo de recursos que podem interromper fluxos de fornecimento e processamento.

Catalisadores de Crescimento

  • Iniciativas governamentais (por exemplo, Inflation Reduction Act e Defense Production Act nos EUA; Critical Raw Materials Act na UE) que incentivam mineração e processamento domésticos.
  • Compromissos vinculantes de montadoras (por exemplo, metas de produção totalmente elétrica até 2035) que asseguram demanda de longo prazo.
  • Expansão da eletrificação além de carros de passeio para caminhões comerciais, ônibus e maquinário industrial.
  • Aumento da demanda por materiais de bateria no setor de armazenamento de energia para redes renováveis.

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Perguntas frequentes

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