Quem ganha com o petróleo mais barato
Por que isso importa? Simples. Para as companhias aéreas, o combustível representa entre 20% e 30% dos custos operacionais. Uma queda sustentada na cotação do petróleo reduz o preço do querosene e abre duas possibilidades estratégicas: ampliar margens ou repassar parte da economia para tarifas mais competitivas e tentar ganhar participação de mercado. Empresas como United (UAL), Delta (DAL) e Southwest (LUV) são exemplos globais de players cuja rentabilidade é sensível a essa variável.
Refinarias têm outro canal de ganho. Quando o petróleo cai, os preços dos produtos refinados — gasolina, diesel, querosene — tendem a ajustar-se com atraso. Esse hiato pode ampliar o chamado crack spread, ou seja, a diferença entre o preço dos derivados e o custo do barril. Em períodos de ajuste lento dos preços dos produtos, as refinarias capturam margens maiores, embora esses ganhos possam ser voláteis.
Empresas de transporte — marítimo, rodoviário e ferroviário — também se beneficiam diretamente. Menores custos de combustível reduzem despesas operacionais, pressionam menos os fretes e, no agregado, diminuem o custo final da cadeia logística. O varejo e fabricantes que dependem de insumos petroquímicos, como plásticos, encontram, nesse cenário, espaço temporário para expandir margens.