O renascimento dos chips nos EUA: a produção nacional de semicondutores acelera

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Aimee Silverwood | Financial Analyst

Publicado em 20 de outubro de 2025

Resumo

  • Marco: wafer de IA produzido nos EUA valida retomada da produção de chips nos EUA e manufatura de semicondutores.
  • CHIPS Act liberou >US$50 bilhões para fábricas; fábricas de chips Arizona atraem capital e ampliam capacidade.
  • Cadeia de suprimentos de semicondutores favorece ASML, Lam Research; parceria NVIDIA TSMC amplia demanda e transferência tecnológica.
  • Investir em semicondutores nos EUA 2025 exige avaliar ciclos, tributação, ADRs, ETFs e horizonte temporal.

O renascimento dos chips nos EUA: a produção nacional de semicondutores acelera

A produção do primeiro wafer de chip de IA avançado em solo americano é mais do que um marco simbólico. É a validação de que os Estados Unidos voltaram a reunir capacidade industrial para processos de semicondutores sofisticados. Vamos aos fatos: parcerias como NVIDIA–TSMC e a injeção de recursos do CHIPS and Science Act aceleram a montagem de uma cadeia produtiva local que abrange desde as foundries até fornecedores de equipamentos e materiais.

O renascimento dos chips nos EUA: a produção nacional de semicondutores acelera mostra o que está em jogo. O CHIPS Act disponibilizou mais de US$50 bilhões, o equivalente, na ordem de grandeza, a cerca de R$ 250 bilhões a R$ 280 bilhões dependendo da cotação. Esse volume reduz barreiras financeiras para construir fábricas (fabs) e atrai capital privado, tornando viável o ramp-up de produção em instalações como as plantas da TSMC no Arizona.

Cadeia de valor: oportunidades além das foundries

A história não se resume a fábricas de mask e wafers. Fornecedores de equipamentos de litografia EUV, sistemas de etching e deposition — nomes como ASML, Lam Research e Applied Materials — verão demanda contínua enquanto novas fabs entram em operação. Além disso, fabricantes de materiais ultra-puros, gases especiais, substratos e serviços de precisão devem ampliar receita. Há ainda oportunidades em logística especializada, construção industrial de alto padrão e serviços de manutenção e certificação.

A parceria NVIDIA–TSMC é o principal motor operacional e simbólico dessa transição. NVIDIA gera a demanda por GPUs e arquiteturas de IA; TSMC converte essa demanda em escala industrial. Juntas, elas aceleram transferência de tecnologia e elevam a previsibilidade operacional para fornecedores. Isso significa ciclos de pedidos mais previsíveis e maior justificativa para investimentos em P&D e capacidade produtiva nos EUA.

Por que isso interessa ao investidor brasileiro?

Primeira pergunta: onde investir? Existem várias portas de entrada: ações listadas nos EUA (ADRs), ETFs setoriais e frações via corretoras que permitem exposição eficiente a players como NVDA, TSM, ASML, LRCX e AMAT. A tendência de friend-shoring — realocação de produção para países aliados por questões de segurança e resiliência — ajuda a sustentar demanda doméstica, mesmo que custos unitários permaneçam mais altos do que em regiões de menor custo.

Mas nem tudo é óbvio. A indústria é cíclica. Períodos de expansão conduzidos por demanda por IA, data centers e veículos autônomos podem ser seguidos por excesso de capacidade e queda de preços. Competição global permanece intensa; outros países também investem pesadamente em suas próprias fabs. E há risco político: a continuidade de subsídios e incentivos depende de decisões legislativas futuras.

Riscos e cuidados fiscais

Para investidores residentes no Brasil, atenção a três pontos práticos: impostos, custos de entrada e declaração. Ganhos de capital obtidos em ativos no exterior estão sujeitos ao imposto de renda; alíquotas variam conforme o caso, portanto consulte seu contador. Operações internacionais podem implicar IOF sobre remessas e é necessário declarar ativos no exterior na ficha de Bens e Direitos da declaração anual e, quando aplicável, cumprir obrigações do Banco Central (CBE). Plataformas locais e corretoras oferecem mecanismos para acessar ADRs e ETFs, mas a infraestrutura regulatória e tributária deve ser considerada no cálculo de retorno.

A conclusão? A produção nacional de chips nos EUA entrou em nova fase. O avanço tecnológico em IA e computação de alto desempenho é um catalisador secular de demanda. Isso cria oportunidades de investimento ao longo de toda a cadeia, mas não elimina riscos clássicos do setor: ciclicidade, risco de excesso de capacidade, competição e dependência de apoio político. Investidores em busca de exposição devem ponderar horizonte de tempo, diversificação e custos fiscais antes de decidir.

Este texto não é recomendação personalizada de investimento. Avalie riscos e consulte um assessor financeiro ou tributário antes de tomar decisões.

Análise Detalhada

Mercado e Oportunidades

  • Validação da capacidade de fabricar chips avançados nos EUA (primeiro wafer de IA avançado produzido localmente) cria credibilidade para expansão adicional.
  • Mais de US$50 bilhões em financiamento federal via CHIPS Act reduzem barreiras financeiras para construção de fabs e atraem investimentos privados.
  • Parcerias como NVIDIA–TSMC aceleram transferência de tecnologia e ramp-up de produção doméstica, aumentando previsibilidade operacional.
  • Demanda contínua por equipamentos especializados (litografia EUV, sistemas de etching, deposition) beneficia fornecedores como ASML e Lam Research.
  • Cadeia de suprimentos ampliada: fabricantes de materiais ultra-puros, gases especiais, substratos e serviços de precisão terão aumento de demanda.
  • Oportunidades em setores adjacentes: logística especializada, construção industrial de alto padrão e serviços de manutenção e certificação.
  • A tendência global de priorizar resiliência (friend-shoring) tende a sustentar demanda por produção doméstica mesmo que custos unitários permaneçam mais altos.
  • Aplicações em IA, veículos autônomos e data centers impulsionam demanda por chips de alto desempenho de forma secular.

Empresas-Chave

  • NVIDIA Corporation (NVDA): Líder em GPUs e arquiteturas de IA; motor de demanda por chips avançados. Beneficia-se tanto da venda de propriedade intelectual e hardware quanto do aumento de produção quando foundries parceiras expandem capacidade nos EUA.
  • Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSM): Maior foundry do mundo; investe em fábricas nos EUA (ex.: Arizona). Papel central na transferência de fabricação avançada para solo americano e na escala industrial da capacidade.
  • ASML Holding (ASML): Fornecedora dominante de máquinas de litografia EUV, tecnologia indispensável para produzir chips de última geração. A expansão de fabs nos EUA aumenta a demanda por seus equipamentos.
  • Lam Research Corporation (LRCX): Fornecedora de equipamentos para processamento de wafers (etching, deposition, limpeza). Peça-chave na cadeia de produção que se beneficia diretamente do ramp-up de fábricas.
  • Applied Materials (AMAT): Fornecedora de equipamentos e serviços para fabricação de semicondutores e displays; participa de várias etapas do processo produtivo e tende a ganhar com a ampliação da capacidade fabril.

Riscos Principais

  • Ciclicidade do setor: períodos de expansão podem ser seguidos por excesso de oferta e queda de preços.
  • Competição global intensa: outros países e foundries seguem investindo pesadamente, reduzindo vantagens competitivas.
  • Risco político/regulatório: mudanças em políticas ou cortes de subsídios podem reduzir a atratividade dos investimentos domésticos.
  • Evolução tecnológica rápida: novas arquiteturas ou processos podem tornar equipamentos ou fabs atuais obsoletos.
  • Altos requisitos de capital: custos iniciais de construção e P&D são muito elevados, exigindo longos prazos para retorno.
  • Riscos de cadeia de suprimentos: dependência de fornecedores críticos (ex.: máquinas EUV, gases especiais) pode criar gargalos.

Catalisadores de Crescimento

  • Desembolsos e incentivos previstos pelo CHIPS and Science Act e iniciativas federais correlatas.
  • Ramps de produção em fábricas nos EUA (ex.: TSMC no Arizona) aumentando volume e previsibilidade de receita para fornecedores.
  • Demanda secular por IA, data centers, computação de alto desempenho e veículos autônomos.
  • Maior financiamento privado atraído por garantias e subsídios governamentais.
  • Adoção de estratégias de friend-shoring por empresas que buscam resiliência da cadeia de suprimentos.
  • Avanços contínuos em litografia e processos que viabilizam chips mais eficientes e potentes.

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Perguntas frequentes

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