A revolução da propriedade e a nova infraestrutura da internet
A internet que conhecemos está mudando de modelo. Hoje, poucas Big Techs concentram poder e receitas. Plataformas comunitárias prometem redistribuir esse poder: permitir que usuários possuam, governem e lucrem com suas redes. Vamos aos fatos e às oportunidades para investidores.
O que é Web3, DAO, custódia e mineração?
Web3 é a ideia de uma internet descentralizada, baseada em blockchains, onde aplicações não dependem de um servidor central. DAO, ou organização autônoma descentralizada, é um modelo de governança coletivo em que membros votam regras e decisões. Custódia significa serviços profissionais que guardam ativos digitais de forma segura. Mineração é o processo que valida transações e mantém a segurança da rede, normalmente feito por mineradoras que convertem energia em poder computacional.
Por que isso importa para investidores
O modelo atual concentra receitas nas mãos de poucas empresas. Plataformas comunitárias procuram redistribuir parte dessas receitas para os próprios usuários e desenvolvedores. Isso cria demanda por infraestrutura: exchanges que permitem entrada e saída de recursos, mineradoras que garantem segurança e provedores de custódia que trazem confiança para investidores institucionais.
A oportunidade de investimento, portanto, não está necessariamente nos tokens mais voláteis. Está nas empresas que constroem a infraestrutura crítica. Exchanges reguladas como a Coinbase (COIN) cobram taxas de negociação e receitas de custódia. Mineradoras como Riot Blockchain (RIOT) e Marathon (MARA) transformam capacidade de hashing em recompensa de bloco e segurança para as redes. Esses negócios geram fluxos de caixa ligados ao uso da rede, não apenas a movimentos especulativos de preço.
Entradas institucionais e legitimidade
A chegada de bancos e fundos institucionais ao ecossistema criptográfico altera o jogo. Serviços de custódia oferecidos por players tradicionais e a existência de produtos regulados aumentam a procura por infraestrutura. Isso pode significar receitas mais estáveis para empresas que oferecem segurança, armazenamento e integração com mercados financeiros convencionais.
Riscos e limites do tema
Os riscos permanecem significativos. Ativos digitais são altamente voláteis. A incerteza regulatória no Brasil e no exterior — com autoridades como a CVM e o Banco Central ainda desenhando regras — pode afetar modelos de negócio e custos de conformidade. Há também complexidade técnica: nem todo projeto Web3 terá viabilidade comercial. E grandes empresas de tecnologia podem entrar com soluções proprietárias, aumentando a concorrência.
Além disso, mineradoras enfrentam riscos operacionais, custos de energia e impactos ambientais que influenciam margens.
Como começar a se expor no Brasil
Para investidores brasileiros moderados a arrojados a via mais prática é buscar exposição às ações que compõem a infraestrutura: ADRs de exchanges e mineradoras, ou ETFs temáticos que reúnem esse tipo de empresa. Corretoras brasileiras que oferecem acesso internacional, como XP, Itaú Corretora e BTG Pactual digital, costumam listar ADRs e ETFs. Consulte a disponibilidade na sua corretora e verifique custos, impostos e regras da CVM.
A questão que surge é: vale migrar parte da carteira para essa nova camada da internet? Para muitos investidores a resposta é sim, desde que com alocação consciente e gestão de risco. Prefira empresas com modelos de receita claros — taxas de negociação, recompensas de bloco, serviços de custódia — e monitore o cenário regulatório.
Conclusão
A transição para plataformas comunitárias cria uma janela de oportunidade para quem aposta na infraestrutura da nova internet. Não se trata de seguir tokens de alto risco, mas de avaliar empresas que funcionam como portas de entrada, centrais de energia e securizadoras das redes descentralizadas. Risco e volatilidade existem, mas para investidores que entendem o tema e usam corretoras que oferecem ADRs/ETFs, há uma rota prática para participar dessa revolução.
Confira o texto original: A Revolução da Propriedade: Por que as plataformas comunitárias estão remodelando o poder digital.
Aviso: este texto tem caráter informativo e não constitui recomendação personalizada. Considere consultar um assessor de investimentos e atentar-se às normas da CVM e do Banco Central antes de investir.