A revolução da remoção de carbono: por que estas ações poderiam definir o investimento climático

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Aimee Silverwood | Financial Analyst

6 min de leitura

Publicado em 25 de julho de 2025

Com apoio de IA

Resumo

  1. Mercado projetado em US$1,2 trilhão até 2050 evidencia oportunidade de remoção de carbono e investimento em carbono.
  2. Diversificar em captura direta de ar, mineralização de carbono e ações de remoção de carbono reduz risco tecnológico.
  3. Créditos de remoção de carbono premium e incentivos fiscais captura carbono aumentam viabilidade econômica e margens.
  4. Risco regulatório e mercado voluntário de carbono volátil exigem due diligence para investidores no Brasil.

A remoção de carbono como classe de investimento

O mercado de remoção de carbono deixou de ser promessa para se tornar uma janela explícita de oportunidade. Estudos e projeções apontam para um mercado que poderá alcançar US$1,2 trilhão até 2050. Isso significa algo maior do que créditos ambientais pontuais: estamos falando da infraestrutura necessária para retirar cerca de 10 bilhões de toneladas de CO2 por ano, conforme a estimativa do IPCC.

Vamos aos fatos e às implicações para o investidor. Créditos de remoção premium já negociam frequentemente acima de US$100 por tonelada — em contrapartida aos US$10–20 das compensações tradicionais — o que cria margens potencialmente atraentes para tecnologias que garantam remoção permanente e verificável. Incentivos públicos também entram no cálculo. A Lei de Redução da Inflação dos EUA prevê créditos fiscais de até US$180 por tonelada para captura direta do ar (DAC), ampliando a viabilidade econômica desses projetos.

Nota sobre conversão: neste texto uso US$1 = R$5,10 como taxa ilustrativa. Assim, o mercado projetado de US$1,2 trilhão equivaleria a cerca de R$6,12 trilhões e um crédito premium de US$100 corresponderia a mais de R$510 por tonelada; o crédito fiscal de US$180 seria aproximadamente R$918 por tonelada.

Tecnologias e atores

As rotas tecnológicas são diversas: captura direta do ar (DAC), mineralização de carbono, soluções industriais de combustão com menor intensidade de carbono e tecnologias de utilização de carbono. Essa diversidade é uma força: por que escolher um único vencedor quando é possível reduzir risco via exposição temática? Um cesto bem construído de ações pode combinar empresas com foco em tecnologia, insumos e integração de cadeia.

Exemplos práticos de empresas listadas que representam partes dessa cadeia incluem Clearsign Technologies (CLIR), que trabalha com tecnologias de combustão mais eficientes; Ingevity (NGVT), fornecedora de materiais como carvão ativado usados em processos de captura; e Verde Clean Fuels (VGAS), voltada para utilização de carbono e combustíveis mais limpos.

No Brasil, setores como siderurgia, cimento, fertilizantes, açúcar e etanol, além de celulose e papel, têm grande potencial para demandar soluções de remoção e se beneficiar da logística e de instalações portuárias para exportação de créditos ou tecnologia.

Riscos e pontos de atenção

A tecnologia ainda está em fases iniciais de comercialização. A transição de protótipo para planta industrial enfrenta desafios de escala e incertezas técnicas. Mudanças regulatórias podem reduzir incentivos e afetar modelos de receita. Os mercados de crédito de carbono continuam voláteis e em evolução de governança e precificação.

Due diligence é essencial. Avalie estágio de comercialização, curva de custos, risco regulatório, contratos de compra de longo prazo (offtake), perfil de liquidez das ações e exposição a fornecedores críticos. Pergunte: a empresa tem receita recorrente ligada a créditos verificáveis? Há contratos com compradores corporativos robustos como Microsoft ou Stripe?

Como posicionar-se

Para investidores brasileiros interessados no tema, uma estratégia prática é buscar um cesto diversificado — think "Carbon-Negative Supply-Chain Enablers" — que combine nomes de tecnologia, materiais e provedores de serviços. Isso reduz o risco específico de tecnologia e oferece exposição à infraestrutura que suportará uma economia carbono-negativa.

Importante: considerar implicações locais, como barreiras de importação de equipamentos, regime tributário, licenciamento ambiental e custo logístico. Incentivos internacionais são relevantes, mas a implementação no Brasil exigirá ajustes operacionais e regulatórios.

A que os investidores devem esperar? Crescimento substancial se as políticas públicas e a demanda corporativa se materializarem, mas com volatilidade e risco de execução. Este texto não constitui recomendação personalizada. Consulte seu assessor e faça análise detalhada antes de investir. O tema é promissor, mas exige paciência e rigor analítico.

Leia mais sobre o tema em A revolução da remoção de carbono: por que estas ações poderiam definir o investimento climático.

Análise Detalhada

Mercado e Oportunidades

  • Projeção de mercado: remoção de carbono estimada em US$1,2 trilhão até 2050.
  • Necessidade científica: o IPCC aponta para remoção de aproximadamente 10 bilhões de toneladas de CO₂ por ano até 2050.
  • Mercado voluntário atual: cerca de US$2 bilhões, com projeção de crescimento de 15 vezes até 2030.
  • Precificação: créditos de remoção premium frequentemente acima de US$100 por tonelada; créditos de compensação tradicionais costumam valer entre US$10–20 por tonelada.
  • Incentivos fiscais: a Lei de Redução da Inflação dos EUA oferece créditos fiscais de até US$180/tonelada para projetos de captura direta do ar (DAC), melhorando a viabilidade econômica.

Empresas-Chave

  • Clearsign Technologies Corp (CLIR): Desenvolve tecnologias de combustão que aumentam a eficiência energética e reduzem emissões em sistemas industriais; casos de uso incluem processos industriais que buscam menor intensidade de carbono; financeiros: sem dados financeiros detalhados fornecidos, potencial depende da adoção industrial.
  • Ingevity Corporation (NGVT): Fornece produtos de carvão ativado usados no controle de vapores de gasolina e em processos industriais de gestão de carbono; casos de uso incluem integração em cadeias de tratamento e captura; financeiros: sem dados financeiros detalhados fornecidos.
  • Verde Clean Fuels Inc (VGAS): Focada em utilização de carbono, convertendo matérias‑primas como biomassa em combustíveis líquidos mais limpos; casos de uso incluem rotas alternativas de uso para o carbono capturado; financeiros: sem dados financeiros detalhados fornecidos.

Riscos Principais

  • Tecnologias de remoção de carbono ainda estão em fases iniciais de comercialização.
  • Desafios significativos de escala ao transitar de protótipos laboratoriais para plantas industriais.
  • Viabilidade econômica a longo prazo não é garantida para todas as abordagens técnicas.
  • Mudanças políticas podem reduzir ou eliminar incentivos atuais e afetar modelos de receita.
  • Mercados de créditos de carbono são voláteis e os mecanismos de precificação ainda estão em evolução.
  • Riscos técnicos podem atrasar a adoção ampla de certas soluções.

Catalisadores de Crescimento

  • Compromissos corporativos de neutralidade e remoção de carbono (ex.: Microsoft com meta de ser carbono‑negativa até 2030).
  • Regulamentações mais rígidas, como o Mecanismo de Ajuste de Carbono na Fronteira da UE (CBAM) previsto para 2026, que tornam o carbono um fator competitivo.
  • Grandes investimentos corporativos em compras de remoção (ex.: compromisso de US$925 milhões da Stripe), sinalizando demanda de longo prazo.
  • Incentivos e créditos fiscais governamentais que melhoram a viabilidade financeira de projetos de remoção direta.

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Perguntas frequentes

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