Aumento no volume de negociações: qual o futuro das corretoras?

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Aimee Silverwood | Financial Analyst

Publicado em 17 de outubro de 2025

Resumo

  1. Como lucrar com o aumento no volume de negociações: corretoras ganham com comissões, payment for order flow e juros.
  2. Market makers, bolsas de valores e fintechs capturam spreads, taxas e serviços de dados com maior atividade.
  3. Ações fracionárias e tecnologia elevam o aumento do volume de trading ao reduzir barreiras e aumentar frequência.
  4. Ao investir em corretoras foque vantagem operacional, infraestrutura resiliente e diversificação geográfica e de produtos.

Aumento no volume de negociações: qual o futuro das corretoras?

O crescimento do volume de negociações não beneficia apenas as corretoras. Corrobora um ecossistema inteiro: market makers, bolsas, clearing houses, provedores de tecnologia e fintechs. Cada elo captura receitas adicionais por comissões, pagamento por fluxo de ordens, spreads, taxas de transação e serviços de dados. Vamos aos fatos: mais negociações significam mais movimentos na cadeia de valor financeiro.

Veja a análise completa: Aumento no volume de negociações: qual o futuro das corretoras?

Como exatamente as empresas lucram com esse aumento? Corretoras tradicionais cobram comissões e taxas por operação e colhem o benefício direto do crescimento do número de ordens. Corretoras que mantêm modelo com comissão zero, como a conhecida Robinhood, monetizam de outra forma: payment for order flow, ou pagamento por fluxo de ordens, e juros sobre saldos de clientes. Esse modelo escala quando o engajamento do usuário sobe; mais ordens significam mais pagamentos de terceiros que executam as negociações.

Market makers entram na equação com lógica distinta. Eles fornecem liquidez e lucram ao capturar o spread entre preço de compra e venda. Em mercados mais voláteis e com maior frequência de execução, as oportunidades de rentabilizar spreads aumentam. Portanto, volatilidade alta costuma significar receitas maiores para essas empresas.

E as bolsas e clearing houses? Elas cobram taxas por transação e vendem serviços de dados em tempo real. A economia é simples: as receitas têm alavancagem operacional. Custos fixos elevam, é verdade, mas quando o volume cresce, a margem tende a subir com rapidez. Operadores como CME e Nasdaq demonstram isso historicamente, com saltos de receita em momentos de alta atividade.

Os provedores de tecnologia também capturam valor. Plataformas de execução, liquidação e processamento cobram por transação ou por capacidade. Nuvem, automação e IA reduzem custo marginal de processar ordens. Assim, empresas de infraestrutura que conseguem escalar com estabilidade transformam picos de volume em receitas recorrentes.

Um motor importante do crescimento de varejo é a disponibilidade de ações fracionárias. Permitir investimentos a partir de R$1 reduz barreiras de entrada e aumenta a frequência de operações entre pequenos investidores. Isso altera a composição do fluxo de ordens e eleva o ticket médio de atividade no ecossistema.

Mas é tudo sustentável? Não necessariamente. O tema é cíclico. Períodos de alta atividade relacionam-se com volatilidade, eventos macro ou inovações de produto e podem ser seguidos por retrações abruptas. Riscos regulatórios são centrais: mudanças em regras sobre payment for order flow, por exemplo, podem obliterar uma fonte significativa de receita. No Brasil, órgãos como a Comissão de Valores Mobiliários e o Banco Central influenciam diretamente esse ambiente regulatório. Nos Estados Unidos e no Reino Unido as regras variam, e investidores devem considerar essas diferenças.

Há ainda riscos tecnológicos e de concorrência. Interrupções de sistema em momentos de pico corroem confiança e podem gerar perdas financeiras e reputacionais. Promoções agressivas entre corretoras pressionam margens.

Quais catalisadores devem atrair investidores? Adoção crescente de tecnologia escalável, expansão para mercados emergentes, crescimento do universo de criptoativos e inovações de produto, como assinaturas e dados premium, podem diversificar receitas. A questão que surge é: como identificar empresas com vantagem operacional e resiliência em ciclos adversos?

Para investidores, o foco deve ser em vantagem competitiva, gestão de risco e qualidade da infraestrutura. Empresas com balance sheets sólidos, capacidade de reduzir custos marginais em picos e exposição diversificada a produtos e geografias tendem a navegar melhor o ciclo.

Este texto não constitui recomendação personalizada. Toda estratégia envolve risco e volatilidade de receita. Avalie regulatórios locais, custos e a exposição a tecnologias antes de decidir.

Análise Detalhada

Mercado e Oportunidades

  • Corretoras tradicionais: aumento de transações gera receita por comissões, taxas e serviços auxiliares; vantagem para plataformas com base de clientes ativa.
  • Corretoras sem comissão: monetização via payment for order flow e juros sobre saldos em conta; modelo escala com maior engajamento de usuários.
  • Market makers: maior número de trades cria mais oportunidades para capturar spreads; maior volatilidade amplia margens por execução.
  • Bolsas e clearing houses: receitas crescentes por taxa de transação, serviços de dados e maior demanda por derivativos e hedging.
  • Provedores de tecnologia financeira: execução, liquidação, redes de pagamentos e infraestrutura em cloud/IA geram receitas escaláveis em períodos de alta.
  • Adoção de ações fracionárias: reduz barreiras de entrada e aumenta a participação de investidores de menor porte.
  • Expansão internacional: mercados emergentes com infraestrutura em desenvolvimento oferecem crescimento da base de investidores.
  • Cripto e ativos digitais: plataformas de ativos digitais ampliam o ecossistema de trading e criam novas fontes de receita.

Empresas-Chave

  • Interactive Brokers (IBKR): Corretora global com modelo de comissões, foco em clientes institucionais e varejo sofisticado; infraestrutura tecnológica robusta e aumento de ganhos atrelado ao crescimento do volume de negociações.
  • Virtu Financial (VIRT): Market maker especializado em fornecer liquidez; captura spreads entre compra e venda, beneficiando-se de volumes maiores e de maior volatilidade para ampliar lucros.
  • Robinhood Markets (HOOD): Plataforma de negociação voltada ao varejo com zero comissões; monetiza via payment for order flow, juros sobre saldos de clientes e serviços adicionais ligados ao aumento do volume de ordens.
  • CME Group (CME): Operadora de bolsa de derivativos que oferece clearing e dados de mercado; gera receitas por taxas de transação e se beneficia da demanda por hedge em períodos voláteis.
  • Nasdaq (NDAQ): Operador de bolsa e fornecedor de serviços de dados em tempo real; o aumento da atividade de negociação eleva receitas por taxas de transação e serviços de informação.
  • Coinbase (COIN): Plataforma de negociação de ativos digitais; amplia receitas com taxas de transação e serviços correlatos conforme cresce o trading de criptomoedas.
  • Nemo (plataforma) (N/A): Plataforma regulada em ADGM com investimento fracionado e insights acionados por IA; exemplo de produto que facilita acesso e engajamento do investidor de varejo.

Riscos Principais

  • Volatilidade de receita ligada à natureza cíclica do volume de negociações.
  • Mudanças regulatórias (por exemplo, restrições ou proibição de payment for order flow, impostos sobre transações) que podem reduzir fontes de receita.
  • Concorrência intensa entre corretoras, pressionando margens e incentivando promoções que corroem receitas.
  • Risco tecnológico: falhas de sistemas, interrupções durante picos de volume e necessidade de investimentos contínuos em infraestrutura.
  • Risco de liquidez e comportamento de mercado que pode reduzir volumes rapidamente após eventos de alta.
  • Riscos associados a criptoativos, incluindo maior volatilidade e incerteza regulatória.

Catalisadores de Crescimento

  • Aumento da participação de investidores de varejo e acesso facilitado via ações fracionárias.
  • Períodos prolongados de volatilidade ou eventos macro que incentivem maior frequência de trades.
  • Adoção de tecnologias escaláveis (cloud, IA, automação) que permitam processar volumes maiores com custos marginais mais baixos.
  • Expansão para mercados internacionais com crescente base de investidores.
  • Crescimento do mercado de criptoativos e produtos derivados que ampliam o universo de negociação.
  • Inovações de produto (serviços de subscrição, dados premium, soluções de gestão de risco) que diversifiquem fontes de receita.

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Perguntas frequentes

Este artigo é material de marketing e não deve ser interpretado como recomendação de investimento. Nenhuma informação aqui apresentada deve ser considerada como orientação, sugestão, oferta ou solicitação para compra ou venda de qualquer produto financeiro, nem como aconselhamento financeiro, de investimento ou de negociação. Quaisquer referências a produtos financeiros específicos ou estratégias de investimento têm caráter meramente ilustrativo/educativo e podem ser alteradas sem aviso prévio. Cabe ao investidor avaliar qualquer investimento em potencial, analisar sua própria situação financeira e buscar orientação profissional independente. Rentabilidade passada não garante resultados futuros. Consulte nosso Aviso de riscos.

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