o que muda para a indústria americana
Um acordo comercial entre Estados Unidos e Japão combina duas medidas de grande impacto: uma tarifa de 15% sobre determinadas importações japonesas e um compromisso de investimento direto de US$ 550 bilhões na manufatura americana. Isso significa proteção competitiva temporária para produtores domésticos e capital significativo para modernizar fábricas, criar capacidade e fomentar demanda por fornecedores locais.
Vamos aos fatos: o investimento direto de US$ 550 bilhões tem como objetivo financiar construção, expansão e automação de plantas industriais nos EUA. Em valores correntes, US$ 550 bilhões equivale a um montante muito relevante para a indústria — por exemplo, aproximadamente R$ 2,8 trilhões a R$ 5,10/US$ (valor de referência; consulte cotações atuais). A tarifa de 15% oferece um alívio imediato para fabricantes norte-americanos que competem com produtos japoneses selecionados.
A questão que surge é: quem mais ganha com esse arranjo? O setor automotivo desponta como o principal beneficiário. Montadoras com grande presença fabril nos EUA — como General Motors Co. (GM) e Ford Motor Co. (F) — podem usar capital para ampliar linhas de montagem, atualizar tecnologia e firmar contratos de longo prazo com fornecedores. Fornecedores como Lear Corp. (LEA), especializados em assentos e sistemas elétricos, se beneficiam de aumento de volume por efeito multiplicador da produção automotiva.