Setores com maior probabilidade de ganho
No curto prazo, aço, semicondutores e energia renovável surgem como candidatos naturais. O setor de aço tende a responder rapidamente a aumento de preços de importação. Empresas como a Nucor (NUE) operam modelos de mini-mill, que reciclam sucata e oferecem custos flexíveis e menor intensidade de capital que usinas integradas. Com projetos de infraestrutura e movimentos de reshoring, a demanda doméstica por aço pode pressionar para cima a participação de produtores locais.
Nos semicondutores, a dinâmica é parecida, mas com nuances técnicas e políticas. A Intel (INTC), maior produtora americana com capacidade de P&D e fábricas, pode se beneficiar se tarifas elevarem o custo de chips importados da China. Além disso, programas públicos que incentivem produção nacional de semicondutores reforçam a tese. A pergunta é: a cadeia global de componentes permitirá ganho de margem sustentável ou apenas um alívio temporário?
Na energia renovável, fabricantes americanos como a First Solar (FSLR) usam tecnologia thin-film — filmes finos que diferem da produção solar em silício cristalino típica chinesa — e têm plantas nos EUA, por exemplo no Arizona. Se painéis chineses se tornarem mais caros por tarifas, a First Solar tende a melhorar margens e participação, sobretudo em projetos que exigem conteúdo local.