A infraestrutura por trás do investimento internacional: por que estas ações dos EUA são importantes

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Aimee Silverwood | Financial Analyst

Publicado em 15 de outubro de 2025

Resumo

  1. Infraestrutura do mercado financeiro importa: expõe ao crescimento dos fluxos para a bolsa americana e investimento internacional.
  2. Operadoras de bolsa, provedores de dados de mercado e corretoras internacionais geram receitas recorrentes e menor volatilidade.
  3. Barreiras regulatórias, efeitos de rede e custos de troca protegem fossos competitivos, reduzindo risco de substituição.
  4. Brasileiros: como investir em ações dos EUA a partir do Brasil, hedge, câmbio, ações fracionárias EUA e custos.

Por que a infraestrutura do mercado importa

O aumento do interesse de investidores brasileiros por ativos dos Estados Unidos não é apenas uma questão de busca por retorno. É também um movimento que beneficia empresas que fornecem a infraestrutura necessária para negociar e custodiar esses ativos. Vamos aos fatos: operadores de bolsa, provedores de dados e custodiante monetizam fluxos transfronteiriços por meio de receitas recorrentes atreladas ao volume, às assinaturas e a serviços tecnológicos.

A questão que surge é: como transformar essa tendência numa tese de investimento? A resposta passa por nomes como Intercontinental Exchange (ICE), Nasdaq (NDAQ) e CME, além de provedores de dados como MSCI e corretoras internacionais representadas por Interactive Brokers (IBKR). Essas empresas cobram taxas de listagem, comissões de negociação, assinaturas de dados e licenciamento de plataformas. Isso significa receitas menos voláteis do que o lucro puramente ligado ao preço de um ativo.

A infraestrutura gera receita de três maneiras claras. Primeiro, taxas por volume: quanto mais operações, mais comissões e processamento. Segundo, assinaturas de dados: índices, cotações em tempo real e analytics têm margens elevadas e contratos recorrentes. Terceiro, serviços de tecnologia: licenciamento de sistemas de negociação e soluções de custódia para bolsas e instituições em mercados emergentes. Essa combinação oferece resiliência quando os ciclos de mercado são turbulentos.

Barreiras regulatórias, efeitos de rede e custos de troca criam fossos competitivos difíceis de replicar por novos entrantes. A New York Stock Exchange, por exemplo, não é apenas uma praça de negociação; é um ecossistema com participantes, regras e connectores que favorecem incumbentes. Exchanges e provedores de dados cultivam relacionamentos institucionais e compliance robusto, o que aumenta o custo de substituição para clientes.

Riscos existem e devem ser considerados. Mudanças regulatórias podem alterar estruturas de taxas ou frear fluxos transfronteiriços. A disrupção por novas tecnologias, como plataformas alternativas ou soluções DeFi, também é plausível. Além disso, investidores brasileiros enfrentam risco cambial: ganhos em dólares perdem poder de compra se o real se valorizar ou, inversamente, podem diminuir ao converter para BRL num cenário de queda do dólar. E claro, queda de volume em crises reduz receitas vinculadas à negociação.

Como isso afeta o investidor brasileiro na prática? A crescente sofisticação permite uso de derivativos para hedge, enquanto plataformas reguladas facilitam o acesso. A Nemo, regulada em ADGM, permite comprar ações fracionárias a partir de US$1. Isso democratiza o acesso e possibilita exposição a empresas de infraestrutura sem precisar investir valores elevados. Importante lembrar: ao comprar em dólares, é preciso considerar taxas de câmbio, tarifas da corretora e, quando aplicável, regras da CVM sobre produtos e custódia.

Que catalisadores podem impulsionar esse tema? Crescimento da riqueza em mercados emergentes, maior demanda por dados e tecnologia em bolsas regionais, e volatilidade que aumenta o volume de negociação. Esses fatores tendem a beneficiar o modelo de receitas recorrentes de operadores e provedores.

Portanto, a tese é defensiva e diversificada. Investir em infraestrutura de mercado oferece exposição indireta ao crescimento dos fluxos internacionais, com menos sensibilidade à variação pontual dos preços das ações negociadas. Isso não é garantia de retorno. É uma estratégia que deve ser considerada dentro de uma alocação diversificada e compatível com riscos pessoais.

Leia mais sobre essa abordagem em A infraestrutura por trás do investimento internacional: por que estas ações dos EUA são importantes.

Análise Detalhada

Mercado e Oportunidades

  • Aumento substancial dos fluxos de capitais transfronteiriços à medida que investidores de mercados emergentes buscam diversificação internacional.
  • Monetização direta do aumento de volumes de negociação por meio de taxas e assinaturas de dados com margens elevadas.
  • Expansão da demanda por serviços tecnológicos e infraestrutura em mercados emergentes que estão modernizando suas bolsas.
  • Maior acessibilidade por meio de ações fracionárias e plataformas sem comissão, reduzindo barreiras de entrada para investidores brasileiros.
  • Fossos competitivos baseados em compliance regulatório, relacionamentos institucionais e efeitos de rede que favorecem incumbentes.

Empresas-Chave

  • Intercontinental Exchange (ICE): Operadora da New York Stock Exchange; gera receita por taxas de listagem, comissões de negociação e serviços de dados. Beneficia-se do aumento de volumes e da maior demanda por dados de mercado, com receitas recorrentes e sensibilidade positiva à volatilidade.
  • Nasdaq, Inc. (NDAQ): Operadora da Nasdaq que combina operações de bolsa com uma divisão de tecnologia de mercado que licencia plataformas, dados e análises globalmente. A vertente de tecnologia oferece crescimento adicional ao apoiar a modernização de bolsas em mercados emergentes.
  • CME Group (CME): Maior mercado mundial de derivativos (futuros e opções); essencial para hedge de câmbio e exposição alavancada a ativos dos EUA. A participação internacional em derivativos tende a crescer à medida que investidores estrangeiros buscam gerir risco e obter exposição.
  • Interactive Brokers (IBKR): Corretora eletrônica que fornece infraestrutura de execução e acesso a mercados globais para investidores internacionais. Receita oriunda de comissões, taxas de financiamento e serviços auxiliares; é um canal crítico para investidores brasileiros acessarem ações americanas.
  • MSCI (MSCI): Provedor de índices de referência, dados e análises amplamente utilizados por investidores institucionais. Gera receitas recorrentes com assinaturas de dados e serviços de análise, apresentando margens elevadas.

Riscos Principais

  • Mudanças regulatórias que alterem estruturas de taxas, exigências de listagem ou o fluxo transfronteiriço de capitais.
  • Risco de disrupção tecnológica por plataformas alternativas, exchanges de criptomoedas ou soluções de finanças descentralizadas (DeFi).
  • Redução nos volumes de negociação durante crises econômicas, afetando receitas baseadas em comissões.
  • Variação cambial que reduza receita convertida para moedas locais ou afete decisões de investimento de brasileiros.
  • Concorrência crescente de novos entrantes e alternativas de mercado que pressionem margens e participação de mercado.
  • Riscos geopolíticos e tensões políticas que afetem fluxos de capitais entre países.

Catalisadores de Crescimento

  • Crescimento da riqueza em mercados emergentes e maior busca por diversificação internacional.
  • Maior sofisticação dos investidores brasileiros, incluindo uso de derivativos para hedge e estratégias mais complexas.
  • Expansão e comercialização de serviços de dados, análises e tecnologia para bolsas e instituições em mercados emergentes.
  • Volatilidade de mercado que tende a aumentar volumes de negociação e, consequentemente, receitas dos operadores.
  • Adoção de plataformas sem comissão e ações fracionárias que ampliam a base de investidores individuais.

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